Acordo rejeita negociata em torno de cargos, diz Ophir

O advogado Ophir Cavalcante Jr., ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Pará e atualmente diretor do Conselho Federal da OAB, garantiu que o acordo que se pretende fechar para o pleito na entidade, em novembro próximo, rejeita “qualquer tipo de negociata em torno de cargos no governo do Estado ou qualquer ingerência de quem quer que seja na política interna da nossa instituição”. A Ordem, acrescenta Ophir, “sempre foi e continuará sendo independente.”
O acordo, que tem o apoio da presidente nacional da OAB, Cezar Britto, prevê uma chapa única, encabeçada pelo candidato de oposição, Jarbas Vasconcelos, enquanto todas as correntes da OAB do Pará concentrariam seu apoio ao próprio Ophir Jr., que disputará a presidência do Conselho Federal. A proposta de chapa única enfrenta a resistência de segmentos da advocacia, como o que tem à frente o advogado Sérgio Couto, que foi duas vezes presidente do Conselho Seccional. A manifestação de Ophir foi remetida ao blog pela Assessoria de Imprensa de Jarbas Vasconcelos.
"Sempre acreditamos que a união da advocacia paraense seria o caminho ideal para torná-la mais forte e, ainda, para credenciar um advogado paraense militante da área trabalhista para bem representá-la na presidência nacional da OAB. Nesse sentido, superamos divergências pontuais e após ouvir inúmeros colegas, fizemos uma aliança com o também advogado trabalhista colega Jarbas Vasconcelos, que a colega Angela Sales muito bem menciona em nota publicada nos jornais locais”, diz Ophir.
Ele garante ainda que todas as demandas dos advogados trabalhistas do Pará serão encampadas por Jarbas em sua plataforma de trabalho, “sendo certo que ele, com a minha participação, conversará com os colegas sobre as nossas justas reivindicações apoiando as lutas da Atep [Associação de Advogados Trabalhistas do Estado do Pará].”

Acordo demonstra maturidade
Outros advogados, segundo a Assessoria de Jarbas, vêm se manifestando claramente em favor da chapa única. É o caso de Bruno Brasil de Carvalho: “Entendo que o acordo para compor uma chapa agregando os interesses é legítimo, não só porque demonstra a maturidade das posições de cada grupo, mas principalmente porque tem ampla possibilidade de se traduzir em efetivos ganhos em defesa das prerrogativas de nossa classe”, afirma Carvalho.
Para Eder Picanço, um acordo como o que busca na OAB local significa um “avanço necessário, sinal de maturidade da advocacia e poderá representar no fortalecimento dos interesses da classe”.
O advogado Albano Martins ressalta que a proposta de acordo entre oposição e situação “surgiu como alternativa a um embate eleitoral que, embora seja sempre pródigo
como manifestação da democracia, findaria por consagrar uma proposta única.” Para Martins, “o acordo é bom, é plural e seus resultados certamente serão prósperos.”

Independência garantida
As manifestações em favor da chapa única, segundo Jarbas Vasconcelos, revelam ser possível a união da categoria, “sem prejuízo de que discutamos exaustivamente, se necessário, os problemas gravíssimos que afetam os advogados e sufocam vocações de jovens advogados ou bacharelandos em vias de conclusão do curso.”
Jarbas, nesse aspecto, cita seu caso pessoal: “Eu mesmo tenho dois jovens filhos, uma já formada e outro que se formará em agosto, e que não querem absolutamente seguir a carreira do pai.”
Ele lembra que, em três eleições anteriores, integrou chapas de oposição, mas jamais viu ou ouviu qualquer manifestação no sentido de que qualquer delas, se vencedora, partidarizaria a Ordem. “Aliás, quem conseguir este feito será escorraçado pelos advogados do poder, pois seria a consagração da ruptura com a imemorial característica da entidade, ou seja, a equidistância com os poderes, para estar à vontade para criticar, sugerir e responsabilizar os governantes, como ocorreu, por exemplo, no impeachment do presidente Collor.”