O governo do Estado acaba de protagonizar um feito que, se não é inédito, é raríssimo.
Mas por aqui, por estes pagos paraenses, ao que se sabe é um feito inédito.
Nunca antes, jamais na História deste Estado um governo protagonizou uma proeza dessas.
O governo do Estado simplesmente permitiu-se, arrogou-se o direito de definir os rumos e procedimentos a serem seguidos pelo investigador.
O investigador, no caso, é o Ministério Público Federal (MPF).
O investigado, no caso, é o governo do Estado.
No dia 6 deste mês, conforme o Espaço Aberto divulgou com exclusividade, o MPF, por ato de seu procurador-chefe, o procurador regional da República José Augusto Torres Potiguar, instaurou um procedimento administrativo - assim chamada tecnicamente a investigação preliminar - para apurar essa embrulhada toda dos kits.
O procedimento foi distribuído para o procurador da República Daniel Azeredo Avelino.
E aí?
E aí que tanto o Ministério Público Federal como a Controladoria Geral da União (CGU) pediram informações ao governo do Estado.
E o governo do Estado respondeu às solicitações da CGU e do MPF dizendo que não vai fornecer os dados requeridos, porque essa apuração seria da alçada do Ministério Público do Estado, que já abriu um inquérito civil sobre o caso.
Para o procurador Daniel Azeredo Avelino, “não é o investigado quem deve definir o rumo das investigações, e sim o próprio Ministério Público, em um trabalho de parceria entre a instância federal e a estadual.”
O MPF não desiste.
Vai novamente remeter o pedido de informações ao governo do Estado.
Se não for atendido, poderá adotar medidas judiciais cabíveis para obrigar, compelir, forçar o governo do Estado a prestar informações – simples informações – capazes de permitir ao MPF que avalie sobre a pertinência de propor ou não uma ação na Justiça Federal para investigar o caso dos kits escolares.
Com todo o respeito, mas será que em alguma instância do governo do Estado – na Consultoria Geral, por exemplo – há algum parecer jurídico que sustente uma recusa como essa?
Parecer jurídico, vale dizer e redizer, existe pra tudo.
Quase tudo.
Parecer jurídico, todos podemos ter um para chamar de nosso.
Será que há um parecer jurídico que ampara o investigado a apontar o dedo para o investigador e indicar que as investigações devem seguir por este, e não por aquele caminho?
Será?
Como todo o respeito.
8 comentários:
É brincadeira da AnaKits e sua troupe, não é aqui a terra de direitos?
Na "Terra de direitos" é assim, ora.
Transparência Zero.
Paulo, repito o que disse outro dia, no meu blog: nunca o governo do Pará precisou tanto de bons advogados e especialistas em comunicação.
Dona Ana, não aceite conselhos do Botelho, ele não sabe fazer um ofício, seus despachos são nomosilábicos, tipo "Ok',"não", "sim". Não deixem lhe enganarem novamente, não é prá salvar seu governo, porque este já era, é para salvar os bens do Pará.
ISSO É UMA VERGONHAAAAAAAAAAAAAAAAA
Franssi, não é só de advogados e tambem de muitas gavetas na justiça.
João Ninguém.
Li o seu, digamos, desabafo.
Muita calma nessa hora, amigo.
Muita calma (rsss).
Abs.
Imaginem alguns desses revoltados, na época do governo tucano, dos assassinatos, da opressão, dos conchavos com a Cerpa, hein?? Imaginem! Arestas precisam ser aparadas, mas sem exageros, sem esse papo de que o fim do mundo chegou. Já passamos por momentos piores.
Postar um comentário