quinta-feira, 19 de março de 2009

Kit escolar: Estado se recusa a prestar informações ao MPF

O governo do Estado acaba de protagonizar um feito que, se não é inédito, é raríssimo.
Mas por aqui, por estes pagos paraenses, ao que se sabe é um feito inédito.
Nunca antes, jamais na História deste Estado um governo protagonizou uma proeza dessas.
O governo do Estado simplesmente permitiu-se, arrogou-se o direito de definir os rumos e procedimentos a serem seguidos pelo investigador.
O investigador, no caso, é o Ministério Público Federal (MPF).
O investigado, no caso, é o governo do Estado.
No dia 6 deste mês, conforme o Espaço Aberto divulgou com exclusividade, o MPF, por ato de seu procurador-chefe, o procurador regional da República José Augusto Torres Potiguar, instaurou um procedimento administrativo - assim chamada tecnicamente a investigação preliminar - para apurar essa embrulhada toda dos kits.
O procedimento foi distribuído para o procurador da República Daniel Azeredo Avelino.
E aí?
E aí que tanto o Ministério Público Federal como a Controladoria Geral da União (CGU) pediram informações ao governo do Estado.
E o governo do Estado respondeu às solicitações da CGU e do MPF dizendo que não vai fornecer os dados requeridos, porque essa apuração seria da alçada do Ministério Público do Estado, que já abriu um inquérito civil sobre o caso.
Para o procurador Daniel Azeredo Avelino, “não é o investigado quem deve definir o rumo das investigações, e sim o próprio Ministério Público, em um trabalho de parceria entre a instância federal e a estadual.”
O MPF não desiste.
Vai novamente remeter o pedido de informações ao governo do Estado.
Se não for atendido, poderá adotar medidas judiciais cabíveis para obrigar, compelir, forçar o governo do Estado a prestar informações – simples informações – capazes de permitir ao MPF que avalie sobre a pertinência de propor ou não uma ação na Justiça Federal para investigar o caso dos kits escolares.
Com todo o respeito, mas será que em alguma instância do governo do Estado – na Consultoria Geral, por exemplo – há algum parecer jurídico que sustente uma recusa como essa?
Parecer jurídico, vale dizer e redizer, existe pra tudo.
Quase tudo.
Parecer jurídico, todos podemos ter um para chamar de nosso.
Será que há um parecer jurídico que ampara o investigado a apontar o dedo para o investigador e indicar que as investigações devem seguir por este, e não por aquele caminho?
Será?
Como todo o respeito.

8 comentários:

Anônimo disse...

É brincadeira da AnaKits e sua troupe, não é aqui a terra de direitos?

Anônimo disse...

Na "Terra de direitos" é assim, ora.
Transparência Zero.

Franssinete Florenzano disse...

Paulo, repito o que disse outro dia, no meu blog: nunca o governo do Pará precisou tanto de bons advogados e especialistas em comunicação.

Anônimo disse...

Dona Ana, não aceite conselhos do Botelho, ele não sabe fazer um ofício, seus despachos são nomosilábicos, tipo "Ok',"não", "sim". Não deixem lhe enganarem novamente, não é prá salvar seu governo, porque este já era, é para salvar os bens do Pará.

Anônimo disse...

ISSO É UMA VERGONHAAAAAAAAAAAAAAAAA

Anônimo disse...

Franssi, não é só de advogados e tambem de muitas gavetas na justiça.

Poster disse...

João Ninguém.
Li o seu, digamos, desabafo.
Muita calma nessa hora, amigo.
Muita calma (rsss).
Abs.

Unknown disse...

Imaginem alguns desses revoltados, na época do governo tucano, dos assassinatos, da opressão, dos conchavos com a Cerpa, hein?? Imaginem! Arestas precisam ser aparadas, mas sem exageros, sem esse papo de que o fim do mundo chegou. Já passamos por momentos piores.