O Ministério Público do Estado, como se lê na postagem acima, trabalha muito mais rápido do que imaginava fosse capaz de trabalhar, em seu propósito de abrir a caixa preta deste caso instigante da aquisição dos kits escolares pelo governo Ana Júlia Carepa.
Numa das primeiras postagens sobre este assunto, feitas aqui no blog, chegou-se a comentar que, mais cedo ou mais tarde, o governo seria compelido a falar.
Foi numa postagem feita no dia 5 deste março.
O Espaço Aberto afirmou àquela altura, ao deplorar o mutismo do Palácio dos Despachos e de sua bancada na Assembléia Legislativa:
O governo, a esta altura do campeonato, talvez já tenha desperdiçado o momento, talvez já tenha desperdiçado o timing para reagir à altura de uma gestão como a de Sua Excelência Ana Júlia Carepa, da qual se espera transparência, transparência e mais transparência. E o timing seria logo que surgiram as denúncias, no início desta semana.
É como já se disse por aqui: nas proporções e no ritmo com que toda essa história avança, não se espantem se o governo, o quanto antes, for compelido a falar.
E uma vez compelido a falar, também poderá até silenciar.
Mas será pior, muito pior.
Pronto.
Pois chegou a hora.
O governo do Estado já foi compelido a prestar informações – com ares de ultimato e tudo o mais – ao promotor Firmino Matos, que já instaurou um inquérito para investigar o assunto.
Em outra frente, o governo do Estado também deverá ser – se é que já não o foi – compelido a prestar informações ao Ministério Público Federal, que trabalha sob reserva após ter instaurado um procedimento administrativo.
E mais adiante, o governo do Estado será compelido a falar novamente, desta vez em juízo.
Não vai demorar muito para isso.
Porque fiquem certos: não há dúvida de que esse cabo acabará, como dizem muitos, nas barras dos tribunais.
Ainda que o procedimento administrativo em curso no MPF venha a ser arquivado, pela inexistência de verbas federais na aquisição dos kits, o Ministério Público do Estado dispõe, com a mais absoluta certeza, de elementos suficientes, fartos, bastantes e convincentes para questionar judicialmente os procedimentos do governo do Estado na aquisição desses kits escolares.
Nunca, jamais na História deste Estado, um governo deixou tantos rastros, tantas pistas, tantos indícios e tantos fatos – não necessariamente nessa ordem - que ensejassem a propositura de uma ação judicial.
E pensar que tudo isso poderia ter sido evitado se fosse feito às claras, com transparência e dentro dos esquadros legais.
E pensar que uma iniciativa inquestionavelmente meritória, como essa de ajudar alunos carentes da rede estadual de ensino, poderia definitivamente consagrar o governo Ana Júlia, se fosse feita sem desviar-se da legalidade.
E pensar...
Enfim, aguardemos.
Continuemos a acompanhar.
Atentamente.
Um comentário:
Poque fazer claramente se neste Governo tudo é feito no escuro. Voces queriam que houvesse licitação ou coisa parecida para comprar tais kits? Esta norma não é a rotina do PT
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