O melhor da política é o espectador que está de fora dela – que está longe, bem longe dela – assistir ao suceder de dias e noites, com um homem, ou com vários homens – e mulheres – pelo meio.
Vejam lá no Rio.
Eduardo Paes (PMDB), que ficou na frente domingo último e vai disputar o segundo turno com Fernando Gabeira (PV), era tucano.
É um político bem articulado. Fala bem. Tem discurso consistente. Convence. Convence não sobre tudo, evidentemente. Mas costuma ser convincente quando fala.
Paes era tucano.
Na CPI dos Correios, dava um show.
Um show de críticas ao governo Lula – e a Lula, inclusive e evidentemente.
Tantas e tão virulentas foram suas críticas que Lula pode até tê-las perdoado, mas ainda não as esqueceu. E tão cedo não as esquecerá.
E aí?
Aí, Eduardo Paes mudou-se de mala e cuia para o PMDB, tornou-se secretário do governo de Sérgio Cabral e acabou candidato a prefeito do Rio.
Pois a quem, agora, Eduardo Paes suplica apoio?
A Lula.
Aos pés de quem Eduardo Paes se rende agora?
Aos pés de Lula.
Eduardo Paes é um suplicante tão empenhado que ontem foi atrás do presidente, com quem conversou durante almoço com oficiais na base aérea de Santa Cruz, na zona oeste do Rio.
Nada melhor do que assistir à política, à sucessão de noites e dias e aos homens no meio disso tudo.
Nada melhor.
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