No AMAZÔNIA:
No Pará, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sespa), 45% da população apresenta sobrepeso, ou seja, está acima do ideal medido pelo Índice de Massa Corporal (IMC), que mostra se o peso está adequado à altura. Para alertar sobre os riscos da obesidade e a importância de cultivar hábitos saudáveis à mesa, a Sespa, a Universidade Federal do Pará (UFPA), o Ministério Público do Estado e outros órgãos estaduais e municipais ligados à saúde, produção e fiscalização de alimentos, promoveram, pela manhã, na Praça Batista Campos, em Belém, uma programação especial para lembrar o 'Dia Mundial da Alimentação', comemorado ontem.
Durante o evento, voltado para estudantes do ensino fundamental das redes pública e privada, as crianças fizeram atividades, aprenderam sobre os nutrientes de legumes e verduras e receberam um lanche à base de frutas e sucos naturais. 'Ao contrário do que se imagina, não é difícil fazer com que as crianças tenham uma alimentação saudável. É uma questão de oferecer. Se a criança não tiver essa opção, logicamente que ela não vai atrás, mas se for oferecido desde cedo, ela vai crescer com hábitos alimentares mais saudáveis', afirma a nutricionista Ana Paula Peniche, da UFPA, que alerta ainda para o perigo dos lanches comercializados nas escolas. 'No início do ano fizemos uma pesquisa nas escolas e constatamos que a maioria das cantinas só oferece alimentos industrializados, como salgadinhos e refrigerantes'. O consumo excessivo desse tipo de alimento e a cultura do fast-food já faz com que crianças correspondam a 14% do total de obesos no Estado, segundo a Sespa.
Iane Pinheiro, 11 anos, aluna da 5ª série da Escola Estadual José Veríssimo, confessa que, apesar da escola oferecer merenda aos alunos, sempre compra um salgadinho durante o recreio. Em casa, também é mais comum tomar refrigerante, ao invés de suco, durante as refeições. Apesar de se voltar para as crianças, por ser mais fácil mudar hábitos alimentares durante a infância, as instituições organizadoras do evento acreditam que os pequenos podem mudar o comportamento alimentar também dentro de casa. 'A alimentação é uma questão cultural e não é nada fácil mudar depois de adulto, mas nosso objetivo é que essas crianças cheguem em casa e comecem a pedir mais frutas, mais sucos, mais legumes e verduras na alimentação', explicou Débora Santos, da Divisão de Nutrição da Sespa.
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