No AMAZÔNIA:
A pouco mais de um mês da realização das eleições no Remo, o clube vive hoje como uma ilha isolada, fragmentada e entregue a sua própria sorte. Vivendo a maior crise política e financeira da sua história, o Leão mostra-se desgovernado, desmotivado e um alvo fácil para a ação de empresários e agentes de jogadores. A saída para o Remo gira em torno de duas perguntas. Vale a pena o clube permanecer desunido e arriscar chegar ao fundo do poço? Ou seria melhor seus caciques despirem de todas as vaidades, deixar as armas de lado e, com muita humildade, começar tudo do zero?
Questionado assim, qualquer torcedor azulino responderia a segunda opção. Torcedor sim, mas dirigentes e caciques políticos não. Os sócios e a torcida do Remo já demonstraram claramente seu amor pelo clube na histórica campanha da Série C de 2005, quando o time conquistou seu único título nacional. Os cartolas também declararam seu amor, mas um amor egoísta que tem como território-limite o umbigo de cada um. Prova maior foram as últimas reuniões do Conselho Deliberativo, onde a unanimidade nunca foi alcançada e várias oportunidades de salvar ou ao menos minimizar os efeitos da crise foram desperdiçadas.
A tentativa de antecipar as eleições, barrada por uma medida judicial, acirrou ainda mais os ânimos, as ditas redes de intrigas e, principalmente, a disputa política pelo poder azulino. O tempero do duelo entre situação e oposição está sendo o ódio, sentimento que não constrói nada e que vem aprofundando o Remo ainda mais no abismo. 'Fizemos tudo que podíamos para negociar com a atual diretoria e encontrar uma saída política para a crise do Remo. Mas parece que tudo não passou de uma miragem. Esse pessoal (atual direção) quer enganar a quem? Eles estão pensando que com uma varinha mágica vão salvar o Remo?', questiona um integrante de um dos grupos de oposição, que pediu para ter seu nome mantido em sigilo.
A solução negociada parece cada vez mais distante do Baenão. Mas ainda é a única alternativa para o Remo. Enquanto os caciques azulinos batem de frente, representantes de cada uma das facções do clube tentam criar novas lideranças enquanto procuram manter o diálogo aberto. A saída seria encontrar uma terceira via para driblar os conflitos políticos e jurídicos do clube. O problema é que tanto situação como oposição colocam os pés pelas mãos.
Completamente isolado, o presidente Raimundo Ribeiro governa sem o apoio das principais lideranças remistas e, principalmente, sem o respaldo do torcedor. Com a concordância do Conselho Deliberativo, Ribeiro irá continuar no poder até o fim de seu mandato, em dezembro, quando haverá eleições para os poderes executivos e deliberativos. Esse é exatamente o problema do Remo. Tudo irá continuar como antes, ou seja, cada um cuidando da sua vida e o clube afundando no abismo.
Um comentário:
O presidente não preside, não dirige, não resolve e não toma nenhuma providência, tampouco desocupa a cadeira.
O Conselho Deliberativo nada delibera. No máximo, escolhe novos beneméritos, mas só quando os "cardeais" (para quem não sabe o que é, leia-se: os que "se acham" donos do clube) querem.
Os esportes amadores definham, se arrastam, alguns sobrevivem a custa da caridade de abnegados, outros já nem se sabe se existem.
O ginásio (?) Serra Freire apodrecendo; o Baenão às traças.
Time de futebol profissional? não se sabe se ainda existe.
Vergonha e vexames, a gente sabe que tem aos montes.
Esse é o resumo , em poucas linhas mesmo, do que ainda resta do querido Clube do Remo.
O resto (providências,candidatos, eleições, soluções) são meras suposições.
Tomara que esse ano acabe logo!
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