sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Petebistas foram até Ana Júlia. Para quê? Para nada.

Deputados estaduais do PTB foram em romaria ao Palácio dos Despachos, segundo informa o Diário do Pará.
Foram até lá para pedir à governadora Ana Júlia Carepa que, no segundo turno, apóie o prefeito Duciomar Costa, candidato do PTB à reeleição, ou então se mantenha eqüidistante na campanha, que não interfira com o peso político de seu cargo nem a favor do petebista, nem a favor do candidato do PMDB, o ex-deputado José Priante.
Os deputados petebistas devem ter feito a visita à governadora mais por descargo de consciência do que por outra coisa.
Porque a visita que fizeram revela-se de uma inutilidade clamorosa.
Primeiro, porque um eventual, hipotético apoio de Ana Júlia à candidatura Duciomar Costa teria o mesmo efeito de alguém que tentasse afastar uma mangueira – mesmo as que estão minadas por ervas daninhas em suas copas – com o dedo mindinho; ou seja: a mangueira não se mexeria um milímetro do lugar.
Da mesma forma, um hipotético apoio de Ana Júlia a Duciomar não o ajudaria em nada, absolutamente nada. Um eventual apoio de Ana Júlia a Duciomar talvez até mesmo o prejudicasse, porque a avaliação do governo petista tem sido ruim, muito ruim, segundo as pesquisas.
E tem mais: está provado, comprovado e triprovado que grandes eleitores não transferem votos. Exemplo? Lula –o presidente Luiz Inácio, com mais de 80% de aprovação popular.
No primeiro turno, Lula se empenhou-se pessoalmente em favor da candidata Marta Suplicy (PT), em São Paulo (SP). Foi pessoalmente à capital paulista, participou de carreatas, gravou mensagens pela televisão, carregou criancinhas, beijou-as e tudo o mais. E aí? Marta ficou em segundo lugar já no primeiro turno, contrariando todas as pesquisas que a colocavam como a primeira, na frente de Kassab.
Um segundo aspecto confirma a inutilidade da visita da bancada petebista à governadora: Ana Júlia não teria coragem de afrontar uma decisão de seu partido, o PT, e posicionar-se contrariamente em relação à postura, à orientação da legenda no segundo turno que vem aí.
E qual será o caminho do PT? A menos que o Íbis, o pior time da face da Terra, ganhe um campeonato mundial de clubes, o PT em Belém vai aliar-se a Priante. Isso é tão certo como dois e são quatro. Quem haveria de acreditar que, uma vez formalizada pelo PT a adesão a Priante, que Ana Júlia teria coragem de dissentir dessa orientação para apoiar Duciomar? Quem?
É mais certo, por tudo isso, que Ana Júlia fique mesmo na dela. Mas, para que se porte assim, não seria necessário um pedido formal dos deputados do PTB. A governadora sabe que deve guardar trunfos para 2010, quando tentará reeleger-se. Sabe, além disso, que um apoio do PT à candidatura Priante não será um apoio do governo Ana Júlia, mas do partido de Ana Júlia, o PT. Sabe que acordos eleitorais podem ser pontuais, muito embora o que recebe o apoio, no caso o PMDB de Priante, deva oferecer contrapartidas políticas.
Em política, nessas situações, não há neutralidade. Aliás, não existe neutralidade em qualquer situação da vida. Não existe. Até mesmo se Ana Júlia quedar-se muda e surda durante este segundo, isto será visto como um posicionamento político – com efeitos para o bem ou para o mal, conforme a ótica de cada um.
O prefeito Duciomar Costa, por tudo isso, de uma missão inútil aos deputados petebistas na romaria ao gabinete da governadora.
Mas eles foram lá, mesmo assim.
Paciência.
Pelo menos, estão com a consciência tranqüila de que fizeram o que lhes foi pedido.
Ou mandado.

Um comentário:

Anônimo disse...

Essse Jr Ferrari é um das pessoas mais oportunistas que existe. Além de ser puxa-saco da Elcione e do Helder agora trama contra seu próprio primo , o Priante .