Quem sabe a eleição direta para presidentes de clubes de futebol – como Remo e Paysandu – não seria uma saída para que se escolhessem dirigentes mais afinados com as aspirações da torcida e dos próprios associados da agremiação?
A sugestão tem amparo na realidade.
Eleitores-torcedores, como aquele sábio filósofo, sabem distinguir perfeitamente uma coisa de outra coisa. Sabem que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
Nestas eleições, como em tantas outras, candidatos houve que se apresentaram aos eleitores e pediram explicitamente os votos de torcedores de Remo e Paysandu. Para fazer isso, mencionavam suas vinculações com o clube, não importam quais tenham sido.
Elegeram-se?
Não. Levaram pau. Pau nas urnas. Todos.
O último dirigente, o último cartola que vinculou seu nome a um clube de futebol foi Artur Tourinho, atual presidente da Junta Comercial do Pará (Jucepa).
Tourinho elegeu-se deputado estadual em 2002, quando o Paysandu estava no auge de sua ascensão. E sob a administração de quem? De Tourinho, claro. Naquele ano, até o Gegê, se fosse candidato do Paysandu, seria eleito.
Pois eis que chegam as eleições de 2006. Paysandu rebaixado. Tourinho novamente candidato a deputado estadual.
E aí? Pau no Tourinho. As urnas espocaram fora com Tourinho. E depois o próprio Paysandu, à unanimidade de seu Conselho Deliberativo, deu um pontapé em Tourinho e o excluiu de seu quadro de associados, após auditoria ter constatado que ele arruinou as finanças do clube.
Mas vejam quantos jogadores já passaram pelo Legislativo: Neves – o grande Nevasca -, um dos maiores ponteiros do futebol paraense; Mesquita e mais recentemente Vandick – o terceiro mais votado para a Câmara de Belém - e Robgol.
Aliás, Robgol elegeu-se com o Paysandu também já está rebaixado. Mas os eleitores-torcedores reconheceram o que ele fez pelo clube e o elegeram.
Porque uma coisa é quem faz bem por Remo e Paysandu, outra coisa...
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, você sabe.
2 comentários:
No dia em que o presidente do Remo for escolhido por eleição direta, certamente muita coisa mudará.
Então veremos essa cambada de (desculpem ter de repetir esses termos rídiculos)cardeais, ultra-enorme-plus-grandes-beneméritos e condelheiros-que-nada-acondelham perderem parte dos soberbos poderes que acham que têm.
Imagine se tivessem mesmo esses poderes, não é, Anônimo?
Você tem razão.
Abs.
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