sábado, 4 de outubro de 2008

O inferno são os outros

Na VEJA:

Depois de um esforço inicial desastroso, os Estados Unidos começaram a consertar a engrenagem de crédito de sua economia e, em conseqüência, a da economia mundial. Na sexta-feira passada, a Câmara dos Deputados aprovou o pacote de 700 bilhões de dólares destinado, principalmente, a absorver, e depois revender no mercado, papéis podres que entopem os canais normais de empréstimos para empresas e consumidores. O plano inclui também uma série de incentivos fiscais no valor de 150 bilhões de dólares. Foi um grande salto para a Casa Branca, que, ao falhar na votação inicial, na segunda-feira, disseminou pânico, fez as bolsas desabar e colocou o país mais perto do precipício da recessão, mas apenas um pequeno passo para os mercados mundiais, cujos desafios estão longe de ser resolvidos somente com o desfecho do processo legislativo americano – as bolsas caíram mesmo com a aprovação do projeto pela Câmara e sua ratificação, horas depois, pelo presidente George W. Bush.
Com a aprovação do pacote de ajuda, Tio Sam salvou o mundo do colapso e será possível, primeiro, medir o tamanho do estrago e, em seguida, empreender a caminhada de volta na reconstrução dos mecanismos americanos e globais de produção de riqueza. Isso vai depender primordialmente de ter sido mantido mais ou menos intacto o ímpeto de crescimento da economia chinesa e dos demais países emergentes – o que vai garantir preços compensadores para as matérias-primas básicas, as commodities, que ainda são o sangue e a carne das economia do Hemisfério Sul. Vai depender também da coragem do consumidor americano de voltar às compras nas lojas e nas bolsas de valores. Acessoriamente, será preciso que os mercados financeiros e a economia real da Europa recuperem pelo menos parte de seu vigor pré-crise.

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