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Bolha imobiliária? Créditos podres? Colapso de crédito? A crise financeira é tão complexa que deixa perplexos mesmo economistas de primeira linha, acostumados ao jargão quase impenetrável dos mercados. Iniciada nos Estados Unidos, ela contagiou outros países, chegou ao Brasil e terá efeitos em todo o planeta. Para que você saiba o que está acontecendo no mundo, como a crise nos mercados poderá afetar sua vida e o que fazer com o seu dinheiro, ÉPOCA preparou um manual com as principais questões para entender este momento de grandes incertezas.
1. Como a crise começou?
Desde o século XVII, todas as crises financeiras são precedidas por bolhas. Desta vez, a bolha de crédito começou a se formar em 2001, depois da crise das empresas de internet. Sob Alan Greenspan, num período de 24 meses o Federal Reserve, banco central americano, derrubou a taxa de juros de 6% ao ano para 1% ao ano, para estimular a economia. Esse dinheiro fácil inundou o mercado, fez dobrar o valor das moradias e estimulou as empresas a emprestar sem critérios e sem garantias, com base em inovações do mercado financeiro. Wall Street aprendeu a empacotar hipotecas e outros débitos dos consumidores em títulos vendidos no mercado financeiro como papéis de primeira linha. Essa ficção financeira movimentou US$ 1,5 trilhão e ajudou os bancos de investimento a movimentar muito mais dinheiro do que poderiam em circunstâncias normais. Quando o preço das casas começou a cair e os endividados deixaram de pagar as prestações dos imóveis, tudo ruiu. As instituições financeiras com carteiras podres começaram a quebrar em abril de 2007 e não pararam mais. De lá para cá, o mercado tenta, sem sucesso, avaliar o tamanho do rombo coletivo e decidir quem é digno de confiança. Essa interrogação paralisou o mercado mundial de crédito e transformou a crise financeira americana numa crise da economia real.
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