sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Caso acende sinal de alerta para magistrados do Estado

No AMAZÔNIA:

A depredação de prédios do Poder Judiciário e a ameaça à integridade física de juízes em todas as Comarcas do território paraense estão colocando a Justiça contra a parede. O caso do assassinato de um vereador eleito em Tomé-Açu, anteontem, acendeu o alerta para a magistratura.
O presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Pará (Amepa), Paulo Vieira, já oficiou pedido de providências à presidente do Tribunal de Justiça do Estado (TJE), Albanira Bemerguy, e ao secretário de Estado de Segurança Pública, Geraldo Araújo, mas nenhuma medida prática foi tomada. Agora ele aguarda audiência com a governadora Ana Júlia Carepa para expor a situação.
O presidente da Associação ressalta que desde fevereiro, quando assumiu a presidência da entidade, tem observado que os ataques contra a Justiça nas cidades do interior tem se intensificado. No entanto, ele comenta que em Belém há relatos de que a falta de segurança também tem sido uma constante para os magistrados.
No caso de Tome-Açu, o Fórum foi destruído e a juíza da cidade teve que ser resgatada por um advogado. Segundo Paulo Vieira, a situação foi tão tensa que ela precisou ser convencida de que a ajuda não era, na verdade, a astúcia de grupos armados tentando invadir sua residência.
Dentre outros casos, ele enumera ainda a destruição do Fórum de Viseu, o que obrigou ao juiz da Comarca e o promotor a saírem de helicópteros. Em Rondon do Pará, durante a campanha, também ameaçaram o magistrado responsável pelo município e região. Houve ainda o resgate de presos em Marituba, com ameaça direta a um magistrado, sem contar com as informações sobre um plano para matar o juiz Raimundo Moisés Alves Flexa, presidente do inquérito no caso dos irmãos Novelino. O juiz de Barcarena, Roberto Andreas Itzcovich também denunciou ameaça de morte. Em Santo Antônio do Tauá, o Forúm foi aprejado e ateado fogo, na ocasião em que uma menina foi violentada e morta na cidade.
Em Novo Progresso, o magistrado Vinicius Petrasoli teve que sair à noite da sede da Comarca para evitar incidentes mais graves depois do pleito deste ano. Em São Miguel do Guamá, as eleições também resultaram em quebra-quebra e tentativa de destruição do Fórum. Em Bragança, foi outra cidade em que a Justiça esteve ameaçada através da violência, segundo relatos do juiz local. Em Moju, anteontem, a juíza Blenda Nery saiu da sede para refugiar-se em Abaetetuba, quando soube da organização de protestos na madrugada.

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