Na FOLHA DE S.PAULO:
Em reunião ontem com representantes do setor bancário, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, questionou os dirigentes dos principais bancos do país sobre os prazos dos créditos concedidos a pessoas físicas, principalmente para a compra de automóveis. Os executivos afirmaram ao ministro que são poucos os financiamentos de seis a oito anos, se considerado o volume de crédito concedido. Eles disseram que a maioria dos contratos ainda é fechada para pagamento em até cinco anos.
Ao sair do encontro, o presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Fábio Barbosa, disse que os prazos mais longos observados em alguns tipos de financiamento, como o de automóveis, são exceções e não oferecem risco ao sistema bancário. "A maior parte da carteira de crédito dos bancos é muito sólida. Existem situações eventuais de posições um pouquinho mais alongadas, mas são residuais."
A resposta dos bancos, segundo ele, tranqüilizou Mantega, que estava preocupado com o aumento do volume desses financiamentos. A Folha apurou que o ministro alertou os executivos para que não permitam o pagamento do crédito acima de seis anos. Mantega argumentou que, a partir do quinto ano, os proprietários começam a ter altas despesas com os veículos comprados e, com isso, podem deixar de pagar as prestações. Como o carro perde valor, os bancos e financeiras ficariam sem as garantias.
Segundo técnicos que participaram da reunião, os executivos disseram ao ministro que havia uma demanda muito reprimida por crédito no país. Por isso, o ritmo de crescimento dos financiamentos de pessoas físicas não seria um risco para a economia.
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