Em O ESTADO DE S.PAULO:
Com o argumento de que a Casa Civil virou alvo de acirrada disputa política, o governo vai tirar a ministra Dilma Rousseff da vitrine eleitoral até a temperatura da CPI dos Cartões baixar. No Palácio do Planalto, há certeza de que a excessiva exposição da chefe da Casa Civil - favorita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a sua própria sucessão, em 2010 - “foi um erro” que provocou não apenas a fúria da oposição como o fogo amigo nas fileiras do PT. O esforço do governo, agora, é para blindar a “mãe do PAC”.
Dilma manterá sua agenda de viagens para inaugurar obras do Programa de Aceleração do Crescimento, mas vai reduzir sua participação em encontros político-partidários e em reuniões relacionadas a disputas municipais. Cumprindo o cronograma técnico do PAC, ela estará amanhã no Rio, ao lado de Lula. Na sexta, também com o presidente, participará de evento da Petrobrás em Rio Grande (RS) e, depois, seguirá para Porto Alegre. No fim de abril, Dilma irá a Tóquio, onde cobrará reciprocidade do Japão nos negócios com o Brasil.
Além desse recuo estratégico, o Planalto deve encontrar alguém para punir exemplarmente no caso do vazamento do dossiê sobre gastos no governo Fernando Henrique (1998-2002). Mas não será Dilma. Por enquanto, a retórica oficial é a de que “não há cabeças a cortar”. O desfecho, porém, pode não ser assim: Lula já foi informado de que virá “chumbo grosso” na CPI e o governo quer agir rápido para neutralizar os ataques do PSDB e do DEM. Se a situação piorar, a sindicância interna na Casa Civil terminará em guilhotina.
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