domingo, 30 de março de 2008

Chávez quer fim de imprensa livre, diz relatório

Em O ESTADO DE S.PAULO:

O relatório sobre a Venezuela divulgado ontem na reunião da Sociedade Interamericana de Imprensa, em Caracas, acusou o governo do presidente Hugo Chávez de querer acabar com a liberdade de expressão no país. O informe da instituição afirmou que o objetivo do governo Chávez é acabar com os meios de comunicação independentes, agredir e intimidar jornalistas e eliminar a liberdade de expressão e informação.
RCTV recupera prestígio e faz crescer procura por TV a cabo
Com programação popular, emissora tirada do ar em maio já é a de maior audiência no segmento por assinatura

A sobrevivência da RCTV)
Determinada a sobreviver, a Rádio Caracas Televisão (RCTV) - que teve a renovação de concessão para emitir em canal aberto negada pelo governo de Hugo Chávez e saiu do ar em maio de 2007 - começa a recuperar seu prestígio, apesar da limitação da transmissão via cabo. Segundo a diretora do departamento jurídico da emissora, Moirah Sánchez Sanz, que cita números da Câmara Venezuelana de Comércio, a RCTV foi responsável por um aumento de 30% na venda de assinaturas de TV a cabo entre junho e feverereiro.
“Apesar de tudo que sofremos, já somos o canal a cabo de maior audiência da Venezuela, superando até gigantes internacionais, como CNN, Cartoon, Fox, Sony, etc.”, disse Moirah ao Estado. “Isso é uma demonstração clara de nossa capacidade de resistir à violência de que fomos vítimas.”
A RCTV, com uma grade de programação popular - composta por novelas, programas de auditório, filmes e telejornais - e cobertura nacional, era vista por 70% da população. Muitos analistas venezuelanos atribuem ao fechamento da emissora a derrota de Chávez no referendo de dezembro, no qual pretendia aprovar uma série de reformas constitucionais que ampliariam substancialmente seus poderes e lhe permitiriam candidatar-se a quantas reeleições quisesse.
“O fechamento da RCTV mostrou o cinismo do governo a um setor grande da população que ainda confiava em Chávez”, afirmou o chefe de informação do jornal El Universal, Miguel San Martín. “Mostrou a face do regime interessada em fustigar o dissenso e calar as críticas por meio da violência política.”
Coincidência ou não, por mais que sejam contestados e qualificados de manipuladores pelo chavismo, dois institutos de pesquisa - o Keller & Associados e o Datum - vêm indicando um acentuado declínio na popularidade de Chávez, situando-a entre 20% e 30%. Nas eleições de 2004, Chávez foi reeleito com quase dois terços dos votos.

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