quarta-feira, 10 de março de 2021

Em 2022, é Lula x Bolsonaro. E o resto? O resto, que pare de mimimi.


Foi um discurso no estilo Lula - longo, mas em linguagem direta (no português de Portugal), objetiva, centrada na defesa de temas sociais e de resgate das realizações (em favor dos mais pobres) em seus oito anos de presidência.
Lula confundiu-se ao dizer que a decisão de Fachin seria a confirmação de sua incocência. Se não fez uma confusão, então propagou deliberadamente uma inverdade. Ou uma fake news, na linguagem muderna.
Não. A decisão de Fachin não confirmou a inocência de Lula. Nem a sua culpabilidade. Decidiu, simplesmente, que a 13ª Vara de Curitiba, bunker do ex-juiz Sergio Moro, não era a instância competente para julgar o ex-presidente. Por isso, ordenou que quatro processos fossem transferidos para a Justiça Federal de Brasília, que, ela sim, haverá de julgar (sabe-se lá quando) se Lula é culpado ou inocente.
Por enquanto, deixe-se bem claro, Lula voltou à condição de um réu, denunciado pelo Ministério Público Federal e à espera de uma sentença judicial, que poderá absolvê-lo ou condená-lo.
Mas petistas, lulistas e antibolsonaristas de um modo geral não estão nem aí para dar ouvidos a outros discursos que não, ora bolas, o de Lula, de volta ao status de cidadão livre para disputar as eleições presidenciais do ano que vem.
Ele vai disputar?
Vai.
Disse no discurso?
Disse.
Disse-o quando passou boa parte dos 90 minutos de sua fala fustigando Bolsonaro (pessoalmente) e o governo Bolsonaro - classificando-o de incompetente, negacionista, terraplanista, aliado de milicianos, antipatriota, de estar vendendo e destruindo o Brasil.
Disse-o quando avisou, claramente, que precisa sair pelo País, conversando com os brasileiros para elevar-lhes a autoestima e ajudá-los a vislumbrar uma luz no fim do túnel. Uma luz que, espera Lula, seja ele próprio, Lula.
Já temos portanto, a principal disputa de 2022: Lula x Bolsonaro.
E o resto?
O resto é o resto.
O resto é o rebotalho.
Sem mimimi - Mas o resto, inclusive e sobretudo aquilo a que chamam de centro, que deixe de mimimi e pare urgentemente de acusar Lula e o PT de não admitirem composições em que Lula e o PT não sejam na cabeça de chapa.
E o tal centro, já deu demonstrações disso?
E o tal centro, já deu até agora a mínima demonstração de que está em busca de um nome de consenso?
É claro que não.
Huck.
Doria.
Moro.
Eduardo Leite.
Quando um desses centristas defende um nome de consenso para representar o tal centro, o nome que está implícito como cabeça de chapa é o de cada um deles - de Huck, de Doria, Moro ou Eduardo Leite.
Até Ciro Gomes, o fio desencapado de sempre, quando admite conversar com o tal centro, não abre mão de apresentar-se como o único nome que seria capaz de aglutinar forças (no caso, de uma improvável e implausível centro-esquerda) e avançar para a disputa no segundo turno contra Bolsonaro.
Portanto, meus caros, deixemos de hipocrisia, deixemos de mimimi e de encenações hipócritas: temos atualmente, nesta pré-temporada eleitoral, Lula, Bolsonaro e mais 498 pré-candidatos. E os 500 só admitem disputar se encabeçarem, cada um, sua chapa. É isso.
E ainda tem mais: pesquisa recente, feita pelo Ipec, mostra que o petista ostenta neste momento o maior potencial de votos, que busca medir o piso e o teto de aceitação de cada um dos possíveis candidatos.
Então, é o seguinte: em 2022, é Lula x Bolsonaro.
E o resto?
O resto, que pare de mimimi e trate de correr atrás de votos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ao anular as sentenças de condenação Fachin tornou sim Lula inocente , pelo simples fato de que ninguém pode deixar de ser considerado inocente sem condenação transitada em julgado. Não é Lula que tem que provar que é inocente, é o Ministério Público que tem que provar que ele é culpado. Lula portanto, pode se dizer hoje um cidadão inocente de qualquer acusação penal,pois não está condenado por nada do que lhe foi imputado.

Anônimo disse...

Que sejam ouvidas suas ultimas palavras... Boso x LULA. Afinal, temos que retomar as redias de um Brasil sensato, evoluído, com um governante, uma pessoa sensata em suas atitudes, sem falar merda aos quatro cantos do mundo e que se importe ou aparente se importar com avida dos brasileiros. Que venha as eleições e a recuperação do Brasil.