quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Éder Mauro diz que hoje vai pra rua. Mas fazer o quê?



Espiem só o vídeo.
Prestem atenção, logo no início, ao recado do delegado Éder Mauro, recém-eleito o deputado federal mais votado no Pará.
Ele aparece em imagem que chegou a centenas de celulares, inclusive o do poster, por meio do WhatsApp.
Éder Mauro avisa claramente à "bandidagem" - conforme ele mesmo diz: "Amanhã [hoje, quinta-feira] de manhã, eu estou em Belém e vou pra rua. Eu quero ver se vocês [os bandidos] são os escrotões de fazer o que estão querendo fazer".
Pode isso?
Éder Mauro vai pra rua, hoje, segundo ele mesmo diz.
Mas vai fazer mesmo o quê?
Se vai pra rua enfrentar bandidos, estará o delegado legalmente investido do direito de fazê-lo?
O delegado, como servidor público que é, não está licenciado?
Não precisou se licenciar para concorrer a um mandato eletivo?
Se está licenciado, de que forma poderá agir?
Vai apenas instruir seus ex-comandados? Ou vai acompanhá-los em diligências - ainda que reservando-se um lugar mais discreto nas ações, eis que, repita-se, está licenciado?
Saiba o delegado: sua carreira como servidor público, ocupante do delegado de delegado, permitiu-lhe conquistar a simpatia de boa parte da população da Grande Belém, porque se entregou com coragem e competência ao combate à criminalidade. Não à toa, ele se elegeu com a maior votação.
Mas o delegado-deputado - ou seria o deputado-delegado? - precisa assumir que, a partir do momento em que se licenciou para disputar um mandato eletivo, sua condição de homem público muda de natureza.
E ainda que Éder Mauro esteja disposto a pugnar em favor da segurança da coletividade, precisa tomar cuidado - muito cuidado - para não desbordar de certo limites que os regramentos legais impõem, com isso colocando em risco sua reputação.
Desde que se licenciou, Éder Mauro terá como arma apenas a sua palavra e como missão o compromisso de contemplar as expectativas dos que votaram nele. O que fizer além disso, ressalte-se novamente, é o risco aberto.
Ah, e tem mais.
No mesmo vídeo, observem imagens feitas pelo Espaço Aberto em algumas ruas de Belém, no início da madrugada de hoje.
Praticamente desertas.
Mesmo nos horários indicados no vídeo, normalmente veem-se carros nesses trechos.
Mas nesta madrugada, não.
A cidade ainda está com medo.
O medo da insegurança, da violência e da boataria - igualmente criminosa - e sem limites.
É assim.
Não deveria ser.
Mas é.

2 comentários:

Anônimo disse...

Resta esperar que, no mínimo, no mínimo, os nossos "puliças" eleitos redam em Brasília o tanto que diziam ser "positivos e operantes" aqui por essas bandas abandonadas.
Torçamos; tomara; rezemos; oremos.

em tempo: e que não sejam "contaminado$" no planalto central.

Anônimo disse...

Primeiro ele tem que explicar porque sumiu no segundo turno;será que foi para arrumar esse cabelo? Ou será que ele pensa que é Batman e arrumou um esconderijo secreto?