A mídia internacional continua fixada na história dos grampos ilegais para produzir manchetes sensacionalistas. É uma narrativa simples, fácil de entender, tal como a dramaturgia dos filmes de ação.
Murdoch não inventou o Tea Party, mas o seu canal de TV energizou-o a tal ponto que sua primeira vítima é o Partido Republicano, a segunda poderá ser o sistema democrático americano. Mostrar os perigos representados pela ascensão do Tea Party dá trabalho, as referências são mais sutis, mostrar as semelhanças da lindinha Sarah Palin que só mata as alces do Alasca com as doutrinas do monstro de Oslo que mata os compatriotas com balas dum-dum exige da grande mídia internacional uma vocação didática e analítica que ela não tem. Ou só exibe em ocasiões muito especiais.
É evidente que um jornal com a entonação do El País faz isso em todas as edições, em todas as suas seções. Não se pode esperar o mesmo da grande mídia brasileira, que erroneamente jogou-se aos pés da musa da direita americana imaginando que defendia a livre iniciativa contra as intervenções do Estado na economia.
Ação de autodefesa
Murdoch queria acabar com o “socialista” Barack Obama e o delirante Tea Party estava à disposição com o seu simplório arsenal de evocações históricas contra a imposição de taxas pelos colonizadores britânicos. O grande mafioso midiático não imaginou que o Tea Party – a pretexto de lutar contra o Estado previdenciário – acabaria estressando inexoravelmente a maior economia do mundo. Mesmo que o vergonhoso calote seja evitado, o aparato institucional americano sofreu uma ruptura que levará anos para ser reparada.
A insanidade do Tea Party impedindo os republicanos históricos de autorizar a taxação das grandes fortunas vai produzir um bumerangue e atingir em cheio o capitalismo americano. China, Europa e Japão serão imediatamente afetados, em seguida virão os chamados emergentes – nós.
E o que fazer? Malhar Murdoch no Sábado de Aleluia de 2012? Melhor boicotar a Fox News. Agora. Ela está no menu oferecido aos assinantes brasileiros de TV por assinatura. O boicote é uma ação de autodefesa legítima. O cidadão tem o direito de escolher o serviço que melhor lhe convém.
Mortos e desempregados
A Fox News e o Tea Party representam um partido contrário aos nossos interesses. Contrário aos interesses da humanidade, conforme o demonstrou em Oslo o quisling Anders Breivik.
Os editores do caderno de TV do Estado de S.Paulo que badalaram no domingo (31/7) a nova temporada do seriado “Modern Family” da Fox deveriam ter pensado duas vezes antes de oferecer esta vantagem à mafiosa corporação dos Murdoch.
Jornalistas não podem ser apáticos nem omissos: boicotar a Fox e o seu odioso canal de notícias é um desagravo aos mortos em Oslo e aos que serão desempregados nos próximos meses nos quatro cantos do mundo
Um comentário:
Artigo tolo, pois a Fox e o Tea Party têm direito de fazer a sua pregação conservadora. Democracia é isso - o direito de cada um a expressar sua opinião em público e sujeitá-la às críticas e aos debates.
Depois, comparar a Fox e o Tea Party ao tresloucado Anders Breivik, o genocida de Oslo, é de uma desonestidade intelectual sem limites. O artigo demonstra a intenção do jornalista em anatematizar a Fox e Tea Party sem apresentar argumentos consistentes, como, por exemplo, definir quais os "nossos interesses" que ele, Dines, defende.
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