segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Serra: “Apenas estamos começando uma luta de verdade”

Abaixo, a íntegra do discurso de José Serra (na foto), logo depois de confirmada a vitória de Dilma Rousseff:

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No dia de hoje, os eleitores falaram e nós recebemos com respeito e humildade a voz do povo. Quero aqui cumprimentar a candidata eleita Dilma Rousseff (PT) e desejar que ela faça bem para o nosso país.
Eu disputei com muito orgulho a Presidência da República. Quis o povo que não fosse agora. Mas digo, aqui, de coração, que sou muito grato aos 43,6 milhões de brasileiros e brasileiras que votaram em mim. Sou muito grato a todos e a todas que colocaram um adesivo, uma camiseta que carregaram uma bandeira com Serra 45.
Quero agradecer também aos milhões de militantes que lutaram nas ruas e na internet por um Brasil soberano, democrático e que seja propriedade do seu povo.
Eu recebi tanta energia nessa campanha, foram sete meses de muita energia, de muita movimentação e de muito equilíbrio também, que foi necessário. E eu chego hoje, nesta etapa final, com a mesma energia que tive ao longo dos últimos meses. O problema é como dispender essa energia nos próximos dias e semanas.
Ao lado desses 43,6 milhões de votos, nós recebemos, também, votos que elegeram dez governadores que nos apoiaram. Dos quais, um está presente. Um companheiro de muitas jornadas, Geraldo Alckmin. Ele se empenhou na minha eleição, mais do que se empenhou na dele.
A maior vitória que nós conquistamos nessa campanha não foi mérito meu, mas foi de vocês [imprensa]. Nesses meses duríssimos, onde enfrentamos forças terríveis, vocês alcançaram uma vitória estratégica no Brasil. Cavaram uma grande trincheira, construíram uma fortaleza, consolidaram um campo político de defesa da liberdade e da democracia do Brasil.
Vi centenas e milhares de jovens que me lembraram o jovem que eu fui um dia, sonhando e lutando por um país melhor, como eu faço até hoje. Onde os políticos fossem servidores do povo e não se servissem do nosso povo.
Para os que nos imaginam derrotados, eu quero dizer: nós apenas estamos começando uma luta de verdade. Nós vamos dar a nossa contribuição ao país, em defesa da pátria, da liberdade, da democracia, do direito que todos têm de falar e de serem ouvidos. Vamos dar a nossa contribuição como partidos, como parlamentares, como governadores. Essa será a nossa luta. Por isso a minha mensagem de despedida nesse momento não é um adeus, mas um até logo. A luta continua. Viva o Brasil."

2 comentários:

Julho Quaresma disse...

Veja só !

Desde quando começou a concorrer à Presidência da República, dizia o Serra – e os tucanos acreditavam, que se tratava de um propósito verdadeiro.

Não era. E é ele mesmo que confessa que agora foi que começou a batalha pela PR, de verdade. Antes era de mentirinha.

Tudo bem, o que se lê, exatamente na manifestação de Serra é talvez o ranço da derrota o fator responsável pelo açodado anúncio de novas tentativas.

Valer a pena Serra! Afinal foram mais de 43 milhões de voto. O diabo é que quando a gente não nasce predestinado para uma certa missão, não adianta insistir. É o caso do Ademir da Guia. Lembra o super craque do Palmeiras que jamais chegou à Seleção?

É o caso também do Brizola e do Ademar de Barros, em tempos mais passados, que sempre tentaram, mas nunca chegaram à Presidência da República.

No momento atual, é o caso da Marina Silva que deveria ser a Presidente eleita, no lugar da Dilma, contudo, talvez como um prenúncio de que, para isso, o seu nome "não está escrito nas estrelas", fez brilhar a estrela da Dilma. E agora a coisa vai ficar difícil para a Marina: dois mandatos de Dilma, seguido de mais dois de Lula e, possivelmente de mais um ou dois do Palocci, deixarão a acreana muito longe da perspectiva de presidir o Brasil. É isso, o "cavalo branco" passou prontinho para montar, mas ela estava "olhando a banda passar".

Anônimo disse...

Ô, fulano das 09:40 Vc não está apenas defendendo a longevidade do "reinado" do PT. Está predizendo a quase imortalidade do homem, pelo menos no caso do Palocci. Só daqui a 24 anos, talvez, ele deixaria o osso prá Marina. Aí nem dentes ela teria mais prá roê-lo Faça as contas... .