segunda-feira, 21 de junho de 2010

“Em 11 dias, muitas águas ainda vão rolar”, diz Priante

O ex-deputado José Priante não perde as esperanças. No mesmo sábado em o presidente do PMDB, Jader Barbalho, disse em entrevista ao Blog da Repórter, da jornalista Rita Soares, que a candidatura do deputado Domingos Juvenil ao governo do Estado é irreversível, Priante foi ao programa Jogo Aberto, na Rádio Tabajara, disse claramente que seu nome “está à disposição do partido” e acrescentou, meio enigmático: “Em 11 dias, muitas águas ainda vão rolar.”
O período de 11 dias mencionado por Priante tem como prazo fatal o dia 30 deste mês, quando o PMDB fará sua convenção que deverá homologar, segundo já adiantou Jader ao Blog da Repórter, a candidatura do presidente da Assembleia Legislativa, Domingos Juvenil, descartando, em consequência, qualquer possibilidade de Priante concorrer ao governo do Estado.
Durante o programa, apresentado pelos jornalistas Carlos Mendes e Francisco Sidou, ex-deputado antecipou, no entanto, que desde já se opõe decididamente a uma eventual presença do prefeito Duciomar Costa (PTB) no palanque do PMDB, caso os petebistas fechem uma aliança com o partido dirigido por Jader Barbalho.
“Eu vou me rebelar contra isso, eu me oponho à presença do Duciomar no palanque do PMDB”, disse Priante. O ex-deputado disputou o segundo turno da eleição de 2008 com Duciomar e foi o segundo colocado. Agora, Priante mantém com o petebista uma disputa judicial na qual tenta convencer a Justiça Eleitoral de que o prefeito deve ser cassado por ter incorrido em condutas vedadas durante a campanha de 2008. Na semana passada, o Tribunal Regional Eleitoral manteve Duciomar no cargo.
O ex-deputado reafirmou no Jogo Aberto críticas que há mais de um ano vem fazendo ao governo Ana Júlia. Considera que a grande rejeição do governo petista, atestada em pesquisa do Ibope divulgada recentemente no blog do deputado Vic Pires Franco, conspira contra a reeleição da governadora. “A rejeição dela é enorme. E esse é um fator que precisa ser superado”, disse Priante.

"Não me lembro é do Puty"
Ao comentar o desligamento de Charles Alcântara do PT, Priante relembrou que começou a travar relações políticos com ele logo depois da vitória de Ana Júlia, no período de transição do governo Jatene para o governo petista que assumiria. “Eu me lembro do Charles, do Carlos Guedes... Eu não me lembro é do Puty. Acho que ele ainda estava no Japão e só participou de fato da festa da posse”, espetou Priante, referindo-se a Cláudio Puty. Com mestrado na Universidade de Tsukuba, no Japão, Puty substituiu Charles na Casa Civil e atualmente é candidato a deputado federal pelo PT, representando a DS (Democracia Socialista), tendência minoritária petista a que pertence a governadora Ana Júlia.
Em resposta à indagação de um ouvinte, Priante negou que o presidente do PMDB, Jader Barbalho, imponha sua liderança no partido cerceando os companheiros cuja projeção, como a de Priante, possam fazer-lhe sombra. “Isso não é verdade. Eu, por exemplo, já fui candidato ao governo do Estado, em 2006, e candidato a prefeito de Belém, em 2008. O Jader nunca teve a intenção de cercear a projeção de ninguém. Ele é um político que, por sua capacidade, sua cultura, está acima da média”, disse o ex-deputado.
Priante considera que está configurada a estratégia de PT, PSDB e PMDB lançarem candidaturas únicas ao Senado. Mas disse não entender o posicionamento dos tucanos, que fecharam as portas para que a ex-vice-governadora Valéria Pires Franco (DEM) se lance candidata ao Senado numa aliança entre PSDB e Democratas. Para o ex-deputado, essa opção dos tucanos é surpreendente porque o partido é aliado tradicional do DEM e Valéria aparece bem em todas as pesquisas, além do que uma aliança com o Democratas aumentaria bastante o tempo do PSDB na propaganda eleitoral pelo rádio e pela televisão.

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