segunda-feira, 21 de junho de 2010

As birutas da política. Sem tirar nem pôr.


Olhem só.
As birutas dos aeroportos, que mudam de posição várias vezes durante o dia, dependendo, é claro, de onde soprar o vento, nem elas mudam tanto de posição como as birutas da política.
Vejam o caso desta relação entre DEM e PSDB.
Há nove meses, lá por agosto ou setembro do ano passado, o PSDB não queria nem ouvir falar em Valéria Pires Franco (DEM) como candidata a vice numa chapa em que Simão Jatene (PSDB) concorresse ao governo do Estado.
O próprio ex-governador, àquela altura aspirante à condição de pré-candidato do partido, descartou de forma clara, insofismável e irretorquível essa possibilidade a interlocutores – vários, para não dizer muitos – que a ele sugeriram a possibilidade de uma chapa Jatene-Valéria, repetindo a dobradinha vitoriosa de 2002.
O entendimento do ex-governador era o de que a repetição dessa dobradinha não daria Ibope, não renderia votos, não colaria de jeito nenhum para a eleição deste ano.
E enquanto o PSDB nem sequer cogitava a ideia de acolher Valéria como vice, especulava-se muito, àquela altura, que a deputada federal Elcione Barbalho (PMDB) era a candidata a vice que os tucanos – pelo menos parte deles – gostariam de ter.
Pois é.
Vejam agora.
O PSDB já fechou as portas para a candidatura Valéria ao Senado.
E torce, e quer, e anseia, e deseja, e almeja, e sonha ardentemente, dia e noite, noite e dia, que Valéria componha a chapa de Jatene na condição de vice.
E amanhã?
Sabe-se lá.
Hoje, 21 de junho de 2010, é assim.
Amanhã, Valéria pode até ser a candidata única ao Senado pela chapa de Jatene.
São as birutas da política.
São as birutas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mas birutas ainda são os que tentam escrever, decifrar, advinhar o rala e rola da política, sem ter a menor ideia para onde o vento sopra.
São os advinhos de plantão. Ele estão por toda parte. Na política, no esporte, nas redações de jornais e em tantas outras áreas.
Ah, esses advinhos....tão raivosos, ressentidos, e com uma vontade louca, biruta mesmo, e quase incontrolável de acertar. No entanto, via de regra não dão uma dentro. Aos advinhos faltam sensibilidade e ousadia para decifrarem os traiçoeiros, mas sedutores caminhos da política.