terça-feira, 22 de junho de 2010

Ministério Público Militar de olho nos PMs em campanha

Os radares do Ministério Público estão sintonizadíssimos.
E não são os do Ministério Público Eleitoral, não.
Aliás, os do Ministério Público Eleitoral também estão.
Mas não apenas os dele.
O Ministério Público em referência é o Militar, que está em campo para garantir a moralidade e a transparência neste período eleitoral que efetivamente começará a partir da próxima quarta-feira, quando os partidos farão suas convenções para homologar as chapas que vão concorrer à eleição de outubro.
O MPM vai monitorar atentamente os policiais militares que estão ou estarão trabalhando na campanha, em auxílio a candidatos, sejam os que concorrem a cargos majoritários (governador e senador), sejam os que disputam cargos proporcionais (deputados estaduais e deputados federais).
O Ministério Público Militar já sabe que oficiais e praças já começaram a trabalhar informalmente, por baixo dos panos, para certos candidatos, sobretudo atuando como seguranças.
Esses casos – alguns com nomes e sobrenomes que facilitam a identificação de todos os que transgridem a legislação eleitoral e as regras internas da Polícia Militar – já estão sendo apurados.
Com rigor, ressalte-se.
E o mais importante: casos assim não implicam sanções apenas aos militares, mas aos candidatos que se beneficiam da mão de obra (agora sem hífen, vocês sabem) do Estado em proveito particular, com fins eleitorais.
Casos assim poderão ser configurados como abuso de poder econômico, punível com rigor pela legislação eleitoral.
Ah, sim.
E a governadora?
E Sua Excelência?
E Sua Excelência Ana Júlia Carepa, governadora candidata à reeleição?
Eis um caso complicadíssimo.
Como governadora, ela tem todo o direito a dispor dos serviços de PMs vinculado diretamente ao seu Gabinete Militar.
Mas como candidata, não.
A dificuldade será detectar esses limites tênues, muitas vezes indistinguíveis, entre a Ana Júlia governadora e a Ana Júlia candidata.
Uma missão para o Ministério Público Eleitoral.
E para o Ministério Público Militar.
É claro.

Nenhum comentário: