No AMAZÔNIA:
Garantida a licitação da usina de Belo Monte, o grande obstáculo agora é a formação de pelo menos dois consórcios para garantir a disputa, que é ancorada na menor oferta de tarifa de energia. Tudo indica que as subsidiárias da Eletrobrás - Furnas e Eletronorte - e os fundos de pensão - Previ e Funcef - serão divididos pelo governo para garantir estas duas frentes no leilão. Até porque a liderança das empreiteiras no processo está causando desconfiança e desistência entre os demais agentes privados.
Os fundos de pensão ontem mesmo abriram seus planos. O presidente da Funcef (dos funcionários da Caixa Econômica Federal), Guilherme Lacerda, informou que está negociando uma parceria com a Odebrecht. A entidade tem a princípio uma disponibilidade de R$ 600 milhões, dos R$ 2 bilhões que vai aplicar no setor de infraestrutura em 2010.
A diretoria da Previ (dos funcionários do Banco do Brasil) se reuniu ontem e informou que já começou a discutir as oportunidades abertas por Belo Monte. O fundo estuda fechar parceria com uma construtora. As construtoras Camargo Correa e Odebrecht já avisaram que entrarão juntas no leilão de Belo Monte e agentes de mercado esperam que a rival Andrade Gutierrez lidere outro grupo.
MP - O Ministério Público Federal (MPF) do Pará aguarda o recebimento da documentação referente à licença dada pelo Ibama à construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, mas já vê indícios para ajuizar uma nova ação contra a obra. Segundo o procurador da República Daniel Azeredo, causa estranheza o fato de, em dezembro de 2009, ter havido uma manifestação técnica do próprio Ibama pedindo mais tempo para a conclusão das análises, o que culminou com a saída dos principais funcionários envolvidos no trabalho. Um mês depois, a autorização saiu. 'Isso mostra que a licença pode ter sido concedida sem a análise adequada', disse o procurador.
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