“Em Duciolândia, a passividade é cúmplice da inoperância”

O trânsito em Belém, sobretudo no início da tarde desta sexta-feira, estava uma balbúrdia.
Uma confusão.
Um caos.
Sobretudo na áreas de Nazaré, Reduto e Umarizal.
Nem parecia sexta-feira de Carnaval e que trocentos mil já haviam saído da cidade.
Não.
O fotógrafo Luiz Braga mandou para o blog um relato, ou melhor, um testemunho que retrata bem em que mãos estão todos os que têm carro e trafegam por esta cidade.
E atentem para um detalhe.
Ele mandou o relato a seguir no início da tarde.
À noitinha, por volta das 19h, na Benjamin com a Tiradentes, houve um outro acidente.
E a situação que se formou foi igualzinha à que vocês podem ler a seguir.

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A Tiradentes, rua do meu estúdio, é uma das principais vias de acesso ao centro de Belém mesmo tendo a mesma largura do tempo das carroças.
Por conta disso - e da ebulição de automóveis que nunca param de jorrar -, os engarrafamentos e buzinaços fazem parte do meu cotidiano.
No entanto, hoje [ontem] a situação me revoltou. Um caminhão gigante da Coca-Cola, desses que jamais deveriam trafegar na área central (como ficou aquela questão levantada pelo MP?) bateu com um carro na esquina da Tiradentes com a Rui Barbosa por volta do meio dia (a hora do cão) e bloqueou o cruzamento.
Todo mundo sem entender nada, desde a Doca com trânsito parado.
Consegui sair do meu estúdio somente as 13h30 e dei uma volta em toda a vizinhança em busca de um sinal de CTBel; e... nada! Não estavam no local do problema e muito menos desviando o trânsito para tentar minimizar o caos nos quarteirões antes como qualquer troglodita pensaria.
Liguei para 190 e pedi ajuda, mas a atendente disse que o Detran atendia por ordem de chegada (consultório?) e o problema era com a CTBel. E dane-se a ordem pública.
A minha questão vai mais fundo: em que Constituição está escrito que apenas a ineficiente CTBel pode agir num caso desses? Ou será que eu deveria apelar para o sindicato dos flanelinhas, esses sim, muito mais presentes e bem distribuídos pela cidade.
É revoltante ser refém de uma empresa como essa que, parece, não tem ninguém a fiscalizá-la.
Até um mero ferro de passar que você compra e dá defeito tem garantia.
Por que os direitos dos "consumidores" do trânsito que pagam impostos para ter serviços minimamente decentes é aviltado em cada esquina??
Quem fiscaliza a CTBel? Preciso saber.
Enquanto isso, a cidade marcha como uma boiada de carros novos e ônibus nem tanto, rumo ao precipício.
Em Duciolândia, a passividade é cúmplice da inoperância.
Aqui fica o meu desabafo.