“Os jornais, a imprensa, os jornalistas são arrogantes, prepotentes, não gostam de ouvir críticas em nenhuma hipótese e não querem ser melhorados.”
Carlos Eduardo Lins da Silva, 56, jornalista, ombudsman da “Folha de S.Paulo” há 18 meses.
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2 comentários:
Prezado PB,
Aproveito o espaço aberto - com o perdão do trocadilho! - que é o seu blog para fazer o seguinte comentário: pode até ser que os jornalistas, colocados permanentemente sob a luz dos holofotes, sejam arrogantes.
Pode até ser, mas acho que toda generalização é injusta e temerária, regra que se aplica ao comentário do ombudsman da Folha de São Paulo.
O caso que quero comentar é outro: cresce a idéia de que a imprensa (agora chamada de mídia), por muito criticar o governo federal e apontar-lhe os atos de corrupção, deve ser alvo de controle social ou alvo de "democratização".
Ora, isto é um absurdo, é um passo seguro para a implantação gradual de uma ditadura.
Não lutamos mais de 20 anos contra a censura instaurada pelos militares para agora, em pleno período de institucionalização democrática, ressuscitá-la sob as vestes enganosas de "controlá-la socialmente".
Não devemos deixar que o Estado venha a decidir o que devemos ler ou pensar.
Isto seria um retrocesso tremendo. E o que digo não é, infelizmente, um risco remoto - provam-no o que ora ocorre na Venezuela e Argentina, países em que a imprensa está sendo amordaçada por leis que visam exercer o tal "controle social" ou "democratização", eufemismos para a instauração pura e simples da censura.
Não devemos permitir que isto ocorra entre nós; devemos, antes, denunciar estrepitosamente esse complô contra a liberdade de imprensa, contra aliberdade de expressão, contra a liberdade de opinião.
Não devemos esquecer que os males da democracia se resolvem com mais democracia, nunca com instrumentos legais que inibam tais liberdades.
Portanto, fiqueos de olhos bem abertos e denunciemos tais tentativas de restaurar a censura.
COncordo totalmente com o Annônimo na questão de que toda tentativa de censura, mesmo que escondida em "democratização", deve ser combatida. Mas da mesma forma a falta de ética, o tendenciosmo, a irresponsabilidade tem que ser duramente criticadas e combatidas no jornalismo. Gostei bastante da entrevista com o ombudsman da Folha (ah se nossos jornais paroaras tivessem figuras similares...) e acredito que tudo o que foi falado se aplica bem, o jornalismo precisa de autocrítica e fico feliz que o espaço aberto desde o início abra espaço para tal.
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