Jornalistas arrogantes merecem críticas. Só merecem!

De um Anônimo, sobre a postagem O que ele disse, em que Ricardo Noblat critica a arrogância de jornalistas:

Engraçado, se não fosse jornalista quem tivesse feito essa interessante constatação, o pessoal aí do blog cairia de pau com vistas a não ratificar tal afirmação.
O espírito de corpo, como se percebe, tem residência fixa também entre os jornalistas.
Será que vão meter o pau por causa desse comentário? Cuidado, pois o remetente pode ser o Noblat!
Se forem publicar, o façam na íntegra, sem cortes, emendas ou rasuras. E por favor, não critiquem somente o comentário. Façam o mesmo com o Noblat.

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Do Espaço Aberto:
Anônimo, o comentário de Ricardo Noblat, como você pode observar foi de ontem.
É bem possível que você seja leitor recente do blog e não tenha acompanhado postagens mais antigas. Ou então, se já é leitor antigo, não se recorde bem de alguns comentários a respeito de jornalistas arrogantes, feitos por jornalistas aqui do blog.
De uma forma ou de outra, dê uma olhada nisto aqui:

[...]
É preciso demolir os pedestais. Quaisquer pedestais. Inclusive aqueles onde se equilibram jornalistas.
Assim como o presidente da República, como advogados, médicos, motoristas de táxi e garis erram, jornalistas também erram, falham, cometem crimes - e crimes que não são de Imprensa, como o do jornalista Pimenta Neves, que matou a namorada e está solto.
Jornalistas associam-se a interesses espúrios, subordinam-se a causas pouco meritórias, dão-se ao exercício de achincalhar a honra alheia, enfim, fazem o que não devem fazer. Muitos fazem isso, muitos não fazem.

Leia mais isto:

[...]
É inquestionável, de outro lado, que jornalistas não podem fazer o papel de delegados de polícia, promotores e juízes ao mesmo tempo. Devem apurar e oferecer fatos. O julgamento fica por conta da procedência e da pertinência dos fatos apurados. Não é de bom tom levar ao patíbulo da execração pública pessoas sobre as quais recaem apenas suspeitas. Mas não é porque são suspeitas que a Imprensa deve se manifestar apenas ao final das apurações, quando os processos já transitariam em julgado.

Isso tudo, Anônimo, não foi escrito pelo Noblat e nem mesmo por críticos a quem repugnam, justamente, a arrogância e os sentimentos de infalibilidade que muitos jornalistas nutrem em relação a si mesmos e a seus colegas.
Isso tudo, caro Anônimo, não foi escrito por ninguém a quem causa repulsa o espírito de corpo a que você acertadamente se refere. Um espírito de corpo que, muitas vezes, é positivo é edificante para a catiguria, mas na maioria das vezes concorre para que apontemos o dedo – o nosso dedo sujo – em relação aos outros.
Isso tudo, caro Anônimo, foi escrito aqui pelo pessoal do blog, todos jornalistas. Foi escrito bem antes do Noblat, em março deste ano.
E tenha certeza, Anônimo: esses jornalistas aqui da redação também são arrogantes. Mas eles têm consciência disso e tentam se emendar. Muitas vezes conseguem, outras não. Mas estão conscientes de que a arrogância, o espírito de corpo e tudo o mais são deturpações que precisam ser removidas de qualquer segmento profissional. Qualquer um.
É o mais interessante é que comentários como os seus nos lembram, a nós jornalistas, que a má fama, neste aspecto da arrogância, nos acompanha. Ajude-nos, Anônimo, a superar isso. Ajude-nos fazendo críticas e nos lembrando de que somos falíveis, arrogantes e que erramos.
Ah, sim. Se você quiser ler a íntegra da postagem sobre jornalistas e suas arrogâncias, clique aqui.
E mande mais. Mande mais críticas sobre jornalistas arrogantes. Eles merecem.
Aliás, nós merecemos.