Serviço de Braquiterapia está parado no Ofir

No AMAZÔNIA:

O serviço de braquiterapia, utilizado em alguns tratamentos de câncer, está parado no Hospital Ofir Loyola. Segundo profissional que trabalhava na unidade hospitalar, o problema começou em abril e deixou cerca de 180 pacientes sem atendimento. A direção afirma que o caso vem desde outubro do ano passado e que está levantando a situação de quem precisou do tratamento.
A braquiterapia é uma técnica utilizada para tratar alguns tipos de câncer, em geral os ginecológicos como o de colo do útero. Ela permite a aplicação da radiação diretamente no local da inflamação porque o material é colocado no interior do corpo. É diferente da radioterapia em que a aplicação é externa, feita por raios que atravessam tecidos ou órgãos até alcançarem o tumor.
Segundo a médica radiologista Karina Moutinho, que atuou no Ofir Loyola até pouco tempo atrás, cerca de 180 pacientes esperavam tratamento de braquiterapia desde abril. Naquele mês, diz, um aparelho de raios X utilizado para calcular as doses a serem aplicadas quebrou e foi consertado, mas outros, utilizados para aplicar a radiação, não puderam mais ser utilizados.
A médica aponta pendências na Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) para que alguns profissionais sejam autorizados a utilizar os equipamentos, uma medida de segurança. Sem o aval da comissão, o hospital não teria autorização para comprar as fontes radioativas utilizadas no tratamento.
O diretor geral do hospital, Paulo Soares, confirma que o serviço está inativo por causa de pendências junto à CNEN, mas elas seriam somente em relação à mudança da personalidade jurídica do HOL, antes um instituto e agora uma autarquia.
O diretor do Ofir Loyola espera publicar hoje, no Diário Oficial, um procedimento administrativo para apurar responsabilidades em caso de uma greve branca por parte dos médicos da radiologia. Atualmente, somente dois profissionais estão atendendo o público porque uma profissional saiu e outra está de férias.