No AMAZÔNIA:
Ainda não há previsão para que a greve dos rodoviários que fazem as linhas intermunicipais e interestaduais termine. Ao contrário, deflagrada na noite da última sexta-feira na capital do Estado, a paralisação pode se estender para as empresas de Marabá e Parauapebas ainda esta semana.
A informação é do secretário geral do Sintritur (Sindicato Rodoviários em Empresas de Transporte de Passageiros Interestaduais, Intermunicipais e Turismo), Wagner Taveira. Ele garante que se patronal e rodoviários não chegarem a um acordo até o final do dia, o movimento grevista se estenderá para o interior do Estado. Do outro lado, Almiro Teixeira, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários Intermunicipais de Passageiros do Estado do Pará, avisa: 'As negociações não serão retomadas enquanto a greve não for suspensa'.
Suspender a greve para retomar as negociações não é uma alternativa para os rodoviários. 'Nós sentamos várias vezes para negociar. Tivemos várias reuniões. Reduzimos nossa proposta inicial e mostramos que estávamos dispostos a negociar. A greve poderia ter sido evitada e não foi por culpa dos empresários. Por isso não vamos suspender o movimento, ao contrário, vamos ampliá-lo se a situação não for resolvida até amanhã (hoje). As negociações terão que ser retomadas durante a paralisação. A patronal não está em condições de fazer exigências ou impor condições', afirma o representante do Sintritur.
Reajuste salarial e aumento do valor do tíquete alimentação são as reivindicações feitas pelos trabalhadores. A patronal garante aumentos sobre os dois, porém o percentual que será acrescido ainda é um impasse. Enquanto os rodoviários já retrocederam duas vezes com relação aos pretensos aumentos, a patronal mantém-se irredutível desde o início das negociações.
Durante a última reunião entre patrões e empregados, sexta-feira, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), os rodoviários, que antes queriam 8% e R$ 200,00 de tíquete, cederam e acataram a proposta feita pela presidente do TRT, que previa reajuste salarial de 6,5% e aumento do auxílio-alimentação para R$ 125,00.
O sindicato patronal, no entanto, insistiu em conceder o aumento baseado no índice do INPC (5,83%), com pagamento em duas parcelas.
'O reajuste que eles estão exigindo é fora da realidade. Aumentar o valor do tíquete de R$ 60,00 para R$ 125,00 corresponde a um aumento superior a 100%, enquanto a inflação do período corresponde a menos de 6%. Enquanto essa proposta de aumento for mantida, não haverá condições de chegarmos a um acordo. Desde o início das rodadas de negociações, esse é o maior entrave e eles (rodoviários) sabem disso, mas não dão o braço a torcer. Agora vamos esperar que eles (rodoviários) nos procurem com uma nova proposta. Caso isso não aconteça, dependeremos da decisão judicial para resolver o impasse', declarou Almiro Teixeira.
Ainda segundo Almiro Teixeira, os prejuízos acumulados pelas empresas durante os primeiros dois dias de greve ainda não foram calculados.
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