No AMAZÔNIA:
Seis crianças com suspeita da gripe provocada pelo vírus Influenza H1N1 foram encaminhadas ontem à noite para o hospital João de Barros Barreto. As crianças vieram de Miami e apresentavam os sintomas da gripe (febre alta e tosse), confirmou uma funcionária do serviço médico do aeroporto que não quis se identificar. 'Eu só verifiquei a temperatura das crianças e era bem alta', disse.
O voo 3801 da TAM chegou de Miami por volta das 18 horas, com conexão em Manaus e Santarém, e foi encaminhado direto à área remota do aeroporto para realização de testes nos passageiros com suspeita da gripe. Depois das análises, os casos suspeitos foram levados ao Barros Barreto para atendimento. Parentes de pessoas que embarcaram no avião em Belém acusaram a companhia aérea de ter sido negligente com o caso, colocando os passageiros que iriam embarcar em Belém no mesmo ambiente em que estavam os passageiros que chegaram de Miami.
O avião que chegou de Miami sairia de Belém às 18h40, mas os passageiros só foram liberados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já por volta das 22 horas, para embarque. Funcionários da Anvisa de plantão ontem no aeroporto disseram que somente a coordenadora da Agência, Patrícia Cristina Antunes Sebastião, poderia dar mais informações sobre o episódio, mas ela não foi localizada pela reportagem no celular fornecido pelos funcionários.
Parentes de Lílian Oliveira Magalhães, uma passageira que embarcou no voo em Belém junto com o filho de seis anos, disseram que ela ligou para os familiares dizendo que estava isolada na mesma sala em que os passageiros oriundos de Miami estavam numa espécie de 'quarentena' promovida pela Anvisa. Mesmo implorando para sair, Lílian não foi atendida pela TAM. A irmã de Lílian, Luciana Oliveira, contou que a irmã teve pressão alta e foi atendida pelo serviço médico do aeroporto, mas em seguida embarcou no avião, que foi liberado pelas autoridades sanitárias.
A família acusa a empresa de não fornecer informações precisas sobre a situação do voo e se os passageiros ainda estavam em Belém ou se já haviam decolado. 'Ninguém dá nenhuma informação pra gente e parece que a TAM quer encobrir esse problema dos parentes das pessoas que estavam aqui desde quatro horas da tarde esperando para embarcar e não sabiam o que estava acontecendo com o avião', disse Lílian. 'Se havia pessoas doentes no avião, eles não podiam permitir que as pessoas embarcassem na aeronave com crianças', acusou Luciana.
A mãe da passageira, Maria de Fátima Ferreira Oliveira, que também passou mal com alta de pressão, disse que a família pretende entrar com ações judiciais contra a TAM por ter colocado a filha e o neto em situação de risco. O marido de Lílian, André Magalhães, falou pelo telefone que a esposa e o filho serão monitorados por causa da possível contaminação pelo vírus influenza H1N1. Se a contaminação ocorrer, possivelmente entrarão com ações indenizatórias contra a empresa e autoridades sanitárias.
Na TAM, ninguém forneceu dados sobre o voo proveniente de Miami e a supervisora do aeroporto, Roseane, disse que somente a assessoria de imprensa da empresa poderia dar mais informações sobre o assunto. Ninguém da assessoria da empresa foi localizado. O funcionário da Agência Nacional de Avião Civil (Anac), Frank Santos, disse que a Anac não foi comunicada sobre os acontecimentos. No serviço médico da Infraero, duas pessoas foram atendidas com pressão alta, mas liberadas em seguida.
Brasil - O pai da menina de 11 anos que morreu em 30 de junho em São Paulo em consequência do vírus Influenza H1N1 está internado para tratamento da doença. O pai é hipertenso e evoluiu da gripe causada pelo vírus para uma pneumonia.
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