quarta-feira, 15 de julho de 2009

Revolta contra policiais

No AMAZÔNIA:

Policiais militares da 1ª Zona de Policiamento mataram, ontem à tarde, um homem que eles julgaram estar em atitude suspeita, no bairro da Pedreira. Segundo as testemunhas, a vítima, posteriormente identificada como Emerson Willies Cruz Freitas, não portava arma de fogo e tinha, na verdade, um walkman debaixo da camisa. Mas, segundo os PMs, o homem reagiu à prisão e portava, sim, um revólver.
As testemunhas também dizem que, depois de baleá-lo e ao perceber que o homem carregava um aparelho para ouvir música, os policiais entraram em desespero e o removeram rapidamente do local, levando-o para o Pronto-Socorro Municipal da 14 de Março.
Segundo a equipe médica daquele hospital, Emerson Freitas, 35 anos, já chegou morto ao PSM. Uma bala atingiu um carro, pelo lado do motorista, que estava estacionado. O baleamento ocorreu por volta das 14 horas, no cruzamento da avenida Pedro Miranda com a travessa Perebebuí. No local, uma testemunha recolheu um projétil de pistola calibre ponto 40, usada pela PM.
À imprensa, as pessoas, demonstrando indignação, apresentavam praticamente a mesma versão. Elas contaram que Emerson caminhava pela avenida Pedro Miranda. Ele ouvia o walkman. E, depois, colocou esse aparelho na cintura, por baixo da camisa. Ao chegar no cruzamento com a travessa Perebebuí, foi abordado pela guarnição da 1ª Zpol, cuja base é na Seccional da Sacramenta. De acordo com as testemunhas, o homem levantou a camisa, para mostrar que não tinha arma de fogo. E, nesse momento, recebeu o primeiro tiro no peito, disparado de uma pistola, ainda conforme as testemunhas.
Ao ser atingido, ele caminhava no sentido Doutor Freitas. Baleado, correu pela avenida Pedro Miranda, mas em direção contrária, como se fosse para a Aldeia Amazônica David Miguel, ali ao lado. Foi alvejado, desta vez de fuzil, pelas costas, sempre segundo o depoimento das testemunhas. Uma dessas testemunhas é um rapaz de 25 anos. Ele, que depois compareceu à Seccional da Pedreira, para apresentar seu relato, disse ter visto tudo.
O rapaz contou que, ao perceber que o suspeito não tinha arma de fogo, os policiais o recolheram de qualquer jeito, jogando-o na carroceria da viatura. 'Pegaram ele como se fosse um porco', disse. 'Isso é coisa que se faça com um cidadão?', questionou a testemunha. O rapaz também perguntou o seguinte: 'Se os policiais agiram dentro da lei, por que não deixaram o corpo do rapaz no local, permitindo, assim, a realização de uma perícia?'.
Uma outra testemunha, um rapaz de 27 anos, afirmou que os policiais 'não deram chance de defesa' ao homem. Ele também afirmou que Emerson levantou a blusa para mostrar que tinha um walkman. Essa testemunha descreveu, assim, o 'socorro' prestado pelos policiais militares à vítima. 'Juntaram ele que nem um cachorro e o colocaram na carroceria da viatura', afirmou. 'Se ele reagiu, como dizem os policiais, por que remover do local o corpo, ainda que fosse de um suposto ladrão?', perguntou a testemunha.
Outro fato apontado por essas e outras pessoas que compareceram ao local do baleamento: os policiais militares lavaram a viatura, a 2248, na qual transportaram o corpo da vítima. 'Por que eles lavaram? Fizeram isso para esconder o que?', disse a testemunha de 27 anos. O tio de Emerson, Waldinei Ferreira dos Santos, disse ontem à noite que o rapaz era portador de esquizofrenia. 'Ele era doente mental e sempre gostou de caminhar pela avenida Pedro Miranda e proximidades', relatou. Segundo Waldinei, o sobrinho costumava ouvir o rádio enquanto fazia a caminhada. 'Era uma atividade constante do Emerson, e várias pessoas o conheciam como uma pessoa de bem. Meu sobrinho nunca teve uma arma, nunca foi bandido', disse o tio da vítima.
Na opinião de Waldinei, a polícia foi precipitada. 'Várias testemunhas disseram que ele levantou a camisa pra mostrar que não tinha arma, e mesmo assim foi baleado. Em seguida, os policiais ainda mexeram no local de crime, mostrando um total despreparo. Foi uma ação arbitrária da polícia e a família vai lutar pelos direitos, mover ação contra os policias e contra o Estado. Isso pra que não ocorra o mesmo erro e outras pessoas sejam vítimas', enfatizou Waldinei.

4 comentários:

Anônimo disse...

Aqui com esta policia despreparada da Ana Julia, levantar o braço é querer levar tiro nas costas. Eta policiazinha despreparada como todo o Governo desta dos KITS!

Anônimo disse...

Seu Espaço, que mal lhe pergunte...éssa é a tal "Puliça Comunitária" que aparece nas propagandas (eita governo pra gastar com propaganda...) do governo que se preocupa com o povo??!!

Anônimo disse...

Pior é que, além do crime de uma covardia sem tamanho, a polícia ainda tem o descaramento de colocar uma arma como prova da "reação" da vítima e, mais triste ainda, é a postura dos superiores dos policiais assasinos e covardes, aplaudindo o ato. É por isso que vivemos em eterna insegurança. Quando as autoridades policiais terão um pingo de dignidade para afastar imediatamente os policiais culpados e parar de defendê-los mesmo diante de testemunhas da covardia? Essas autoridades se tornam tão criminosas quanto os maus policiais.

Paulo Borges disse...

Já não bastasse a "bandidagem" agora temos mais um motivo para evitar sair de casa.

O motivo: A PM (alguns) achar que você é feio e meter um bala primeiro perguntar depois!!! -Você é bandido né não? -Vai diz logo, não morre, você é bandido? -Deus, o garoto era universitário e trabalhador (vide documentos: carteirinha e cartão de visita profissional), meu Deus!!! (morre o caboco e a PM) -Recolhe tudo, me arruma um kg de maconha, coloca aqui, mais uma armar. Pronto! Agora você é bandido e traficante! Cumprimos a LEI!!!

Música de fundo: .... pátria amada Brasil!!!

Ps.: Nem todo PM é assim, pois conheço alguns poucos que me parecem honesto.