No AMAZÔNIA:
A audiência conciliatória entre rodoviários e empresários mais uma fez não pôs fim à greve. Após mais de cinco horas e meia e uma proposta da desembargadora Francisca Oliveira Formigosa aceita pelos rodoviários, mas não pelos empresários - em audiência conciliatória, ontem, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) -, o único consenso entre patrões e empregados foi de que não conseguirão resolver o problema sem a interferência judicial. 'Eu já perdi as esperanças de conseguir entrar em acordo com a patronal. Nós (rodoviários) não queremos o dissídio. Mas, infelizmente, essa parece ser a única saída', declarou Antônio Flávio, presidente do Sintritur (Sindicato dos Rodoviários em Empresas de Transporte de Passageiros Interestaduais, Intermunicipais e Turismo). A ação de abusividade de greve poderá ser julgada ainda hoje.
Antônio Flávio alega que a razão para que a tentativa de acordo se frustrasse é o mesmo que levou ao início da greve. A insistência do sindicato patronal em conceder reajuste salarial e no valor do tíquete alimentação baseado no índice do INPC (O Índice Nacional de Preços ao Consumidor) 5,83%, enquanto os rodoviários pedem reajuste salarial de 6,5% e tíquete alimentação no valor de R$ 125,00. Esses valores foram sugeridos pela presidente do TRT, Francisca Oliveira Formigosa, durante a audiência do dia 10 de julho.
Após a audiência, os representantes dos rodoviários reuniram-se na sede do Sintritur para discutir sobre o rumo do movimento. 'Tínhamos esperança de que tudo fosse resolvido tranquilamente. Não queremos prejudicar ainda mais a população, essa nunca foi a nossa intenção. O objetivo da greve sempre foi a manutenção de nossos direitos e não o prejuízo dos usuários', garante Antônio Flávio. Depois da reunião no sindicato, cerca de 70 trabalhadores organizaram uma manifestação em frente ao Terminal Rodoviário de Belém.
Durante 30 minutos, os ônibus foram impedidos de entrar ou sair das plataformas do terminal. O objetivo, segundo o secretário geral do Sintritur, era 'demonstrar a indignação dos trabalhadores diante da forma como a patronal está se comportando', afirmou Wagner Taveira, secretário geral do sindicato trabalhista. Segundo ele, a negociação não avança por 'birra' dos grandes empresários. 'Algumas empresas pequenas já sinalizaram o aumento salarial com medo de que seus trabalhadores também paralisem suas atividades. Os donos das grandes empresas são os que estão colocando dificuldade. Eles foram surpreendidos com nossa atitude porque há 20 anos não havia uma greve como essa, e eles não esperavam tanta resistência', declarou Taveira.
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