Greve pode terminar hoje

No AMAZÔNIA:

Está marcada para as 10 horas uma nova audiência conciliatória entre empresários e rodoviários intermunicipais e interestaduais. O encontro será uma possibilidade de acabar com a paralisação dos rodoviários que já dura sete dias. A reunião será na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e será intermediada pela presidente, desembargadora Francisca Oliveira Formigosa. Esta será a segunda vez que eles se encontrarão na presença da desembargadora. A primeira audiência conciliatória ocorreu na última sexta-feira. Na ocasião os rodoviários acataram a proposta de reajuste feita pela desembargadora, porém os empresários a rejeitaram. Motivo pelo qual a greve foi deflagrada.
A nova audiência foi marcada em virtude dos pedidos de abusividade de greve e dissídio coletivo contra o Sintritur (Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários em Empresas de Transportes de Passageiros Interestadual, Intermunicipal, Turismo e Fretamento do Estado do Pará). Os requerimentos foram ajuízados perante o TRT no início da tarde de ontem. Ainda no final da tarde, patrões e empregados foram comunicados da audiência.
Ainda não há resposta ao pedido de providências por comportamento inadequado protocolado anteontem pelos rodoviários junto ao TRT. O documento produzido pelo Sintritur denunciava supostas atitudes irregulares que estariam sendo cometidas pelas empresas Transbrasiliana e Boa Esperança. As ações teriam o objetivo de dificultar o andamento da greve. A desembargadora Rosita Nassar determinou que a Central de Mandados do Foro de Belém enviassem oficiais de justiça aos locais para averiguação da denúncia.
Sufoco - Debaixo do sol escaldante da manhã de ontem, o autônomo Leandro Tenório Leão e vários quilos de bagagem esperavam, desde muito cedo, em frente à empresa Transbrasiliana, na BR-316, um ônibus para ir à cidade de Tome-Açu. O receio dele era de que precisasse desembolsar seis reais a mais que o preço normal da passagem para poder viajar em uma van, em função da paralisação dos rodoviários de três empresas que fazem linha intermunicipal.
O presidente do Sintritur, Antonio Flávio, disse que as tentativas de negociação se arrastam desde março, sem respostas satisfatórias. Eles reivindicam aumento no salário e no vale alimentação e aceitaram a proposta feita pelo Tribunal Regional do Trabalho, rejeitada pela patronal.
A empresa Estrela do Mar, que faz linha para os municípios de Vigia, São Caetano de Odivelas, Colares, Santo Antônio do Tauá, com ônibus de hora em hora, só fez apenas uma viagem ontem pela manhã para cada um dos destinos. Quem compra passagem precisa esperar a hora incerta do ônibus sair, informou uma funcionária.
Os táxis que fazem linha para cidades como Vigia, levando quatro passageiros, faturavam com a greve. De R$ 12, a passagem passou para R$ 15, conta o motorista Antonio Barbosa.