Desde que assumiu o governo, Ana Júlia e sua troupe ainda não conseguiram construir o tal consenso na Assembléia Legislativa, conforme alardeia - até porque acredita nisso - o líder do governo, deputado Airton Faleiro. Nesses três anos, são notáveis as derrotas sucessivas que o Executivo amarga no parlamento estadual.
No caso dessas dúvidas – muitíssimas dúvidas – que envolvem a aquisição e distribuição dos kits escolares, até a bancada de sustentação do governo ficou, digamos, tímida para rebater as críticas dos oposicionistas. É aquilo que já se chamou aqui de uma confissão parlamentar de confissão de culpa.
Ressalte-se que nenhum dos cinco deputados que integram a bancada do PT pertencem à Democracia Socialista (DS), tendência minoritária do partido, mas da qual faz parte Ana Júlia e meia dúzia de auxiliares.
Não é à toa que o governo agora insiste em conversar com o PMDB, a pretexto da tal “repactuação”, esta coisa que ninguém sabe o que é.
E como ninguém sabe – pode ser tudo ou pode ser coisíssima nenhuma.
O PMDB, que foi decisivo na eleição dos dois últimos governadores, Simão Jatene e Ana Júlia, agora tem a faca e o queijo na mão, com o comando da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (CFFO), onde está nada mais, nada menos, a prestação de contas da governadora referente ao exercício financeiro de 2007.
O documento chegou à Casa no ano passado, estava até semana passada com o relator, deputado Carlos Martins (PT), e está pronto para entrar em pauta na reunião ordinária da comissão que acontece todas as quartas-feiras.
Se o deputado federal Jader Barbalho não gostou do almoço e da sobremesa que a governadora Ana Júlia lhe serviu no último domingo, quando ambos conversaram na casa de Sua Excelência, no condomínio Cristal Ville, é bem provável que a prestação de contas de Ana Júlia ainda demore mais um pouco para ser apreciada e votada na comissão, hoje sob a presidência da deputada Simone Morgado (PMDB), fiel e leal escudeira de Jader.
Também não é à toa que o Palácio Cabanagem, mais precisamente no plenário Newton Miranda, ganha corpo, ainda que de forma discreta, a pretensão de criarem-se sérios obstáculos políticos à governadora.
Não bastassem os kits para deixar os deputados governistas praticamente mudos e quedos, ainda houve o governo ainda foi obrigado a engolir a seco o pedido de intervenção federal no Pará, da Confederação Nacional de Agricultura com a chancela do presidente da Faepa, Carlos Xavier.
E o PMDB?
O PMDB continua travestido de bombeiro.
Por enquanto.
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