Xerife humilhado no Leão

No AMAZÔNIA:

Os jogadores do Remo chegaram ontem ao Baenão confiantes de que, finalmente, colocariam pelo menos um dos três meses de salários atrasados no bolso. Mas, no encontro que eles tiveram com o presidente Raimundo Ribeiro, na Toca do Leão, tudo o que receberam foram mais promessas do dirigente. Ao invés dos vencimentos, o cartola prometeu pagar um vale aos atletas, para que possam festejar o Círio de Nazaré. O dirigente voltou a dizer que, no momento, o clube não conta com dinheiro em caixa para pagar os salários do grupo. Segundo ele, o Remo depende, agora, das arrecadações da Copa dos Campeões, que será promovida pela Federação Paraense de Futebol (FPF).
De acordo com Ribeiro, na conversa com os jogadores, tudo o que for arrecadado pelo clube no torneio será revertido em favor dos jogadores e funcionários do clube. O dirigente azulino contou, ainda, que espera que a Secretaria Executiva de Esporte e Lazer (Seel), co-promotora do torneio, pague uma cota aos participantes da competição. As promessas do cartola não agradaram a ninguém no elenco azulino. Mas apenas o zagueiro Diego Barros expôs sua insatisfação, abandonando o encontro sob troca de farpas com o presidente.
Diego foi acusado pelo presidente de estar tumultuando o ambiente ao criticar o atraso do pagamento na imprensa. 'Ele disse que eu deveria procurar a imprensa para receber meus salários', contou Diego, quando já estava no apartamento onde mora. O atleta deixou o Baenão chorando e sem conversar com os repórteres. De acordo com o zagueiro, Ribeiro pediu a ele que tivesse o mesmo comportamento do meia Jóbson e de outros jogadores que não reclamam publicamente do atraso salarial.
'Procurei mostrar ao presidente que cada um tem a sua situação', declarou Diego. A insatisfação não era apenas do zagueiro. Outros jogadores deixaram a reunião com cara de poucos amigos. Temendo sofrer algum tipo de retaliação, os atletas insatisfeitos só concordaram em falar caso tivessem seu nomes omitidos. 'Já sabia que isso iria acontecer', afirmou um desses atletas. 'Não dá para confiar nesse cara (presidente Raimundo Ribeiro), que só faz prometer e agir que é bom nada', disparou o mesmo jogador.
O goleiro Adriano, por outro lado, preferiu evitar polêmica, dando crédito ao presidente. 'Vou esperar, acreditando que as coisas serão resolvidas', avisou o arqueiro, que tem salários atrasados ainda de 2007 para receber do clube. O jogador acredita que a crise azulina poderá ser amenizada com as rendas dos jogos da Copa dos Campeões. 'É uma esperança que temos', afirmou.