No AMAZÔNIA:
Na lista de compras da Universidade do Estado do Pará (Uepa) do vestibular 2008 aparecem itens, no mínimo, curiosos como 1.500 absorventes femininos longos e com abas, 1.800 comprimidos para hipertensão e 360 quilos de açúcar estão entre os 83 artigos da lista de material de consumo previsto para os três dias de prova. Discriminados no Projeto Executivo do Processo Seletivo 2009 da Uepa, os itens são contestados por um dos membros do Conselho Superior Universitário (Consun), que cobra, além da prestação de contas dos gastos da universidade, explicações sobre a compra de materiais considerados, por ele, 'estapafúrdios'.
Marcelo Bezerra, que também integra o Sindicato dos Professores da Uepa (Sinduepa), faz parte do Consun desde 2004 e denuncia que a universidade nunca se propôs a esclarecer as contas do vestibular diante do Conselho. 'O Vestibular da Uepa é um processo obscuro. Todos os anos eu faço o pedido para que haja uma prestação de contas dos gastos e eles só enrolam', afirma.
Sobre as afirmações do professor, a reitora pró-tempore da Uepa, Marília Brasil Xavier, diz que a gestão atual não pode responder pelos processos seletivos dos anos anteriores, que estão sob auditoria na Auditoria Geral do Estado. 'Quando nós assumimos a reitoria, solicitamos a auditoria de gestão pela AGE que apontou fragilidades institucionais nos processos anteriores. A partir daí, nós instauramos uma comissão administrativa permanente para apurar as irregularidades encontradas'.
A reitora esclarece que o processo do vestibular é formalizado por uma comissão, composta por representantes dos três centros, dicentes e membros do Consun. E, ao contrário da acusação do conselheiro, ela afirma que o projeto passa pela aprovação do Consun antes de ser iniciado. 'Embora esta gestão seja pró-tempore nós temos nos empenhado em corrigir as irregularidades apontadas pela AGE', conclui Marília Brasil.
O membro do Conselho Universitário da Uepa acusa, também, a coordenadora do Processo Seletivo Vera Picanço de fazer vistas grossas às irregularidades que, segundo ele, se perpetuam há anos. 'Nós já apuramos várias irregularidades. A falta de licitação para as compras e a destinação de recursos para itens injustificáveis, como os absorventes ou o aluguel de impressoras'.
No projeto assinado pela Diretoria de Acesso e Avaliação (DAA) para o processo seletivo deste ano, aparece o gasto de R$ 133.593 destinados ao aluguel de máquinas copiadoras, o que é condenado por Bezerra, já que a uepa tem parque gráfico.
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