No AMAZÔNIA:
'Se continuar desse jeito, não sei se meu coração agüenta chegar até o final', disse o técnico João Galvão após o apito final que determinou mais uma vitória do Águia no octogonal decisivo da Série C do Campeonato Brasileiro, ontem. O 2 a 1 sobre o Brasil-RS, no Mangueirão, manteve o time paraense como um dos três líderes da fase. Com dez pontos, o Azulão só está atrás de Guarani-SP e Campinense-PB por causa do saldo de gols. A declaração do treinador se deve à dramaticidade da vitória. Assim como em todas as partidas em que pontuou no octogonal, o Águia sofreu muito, pressionou, perdeu gols em profusão e, somente nos minutos finais, conseguiu a virada. Haja coração para agüentar tanta emoção.
Na próxima rodada - a sexta no certame -, o Águia vai a Volta Redonda, no Rio de Janeiro, encarar o Duque de Caxias. A partida será às 15 horas (horário de Belém), no estádio Raulino de Oliveira. Já o Brasil de Pelotas volta para casa depois de duas rodadas como visitante e recebe o Campinense. O time paraense, a exemplo do que aconteceu com o gaúcho, deixa Belém para duas partidas fora. Além de visitar o interior do Rio de Janeiro no meio da semana, ele enfrenta o Campinense em Campina Grande-PB no próximo sábado.
'Precisamos trazer pontos', comentou. 'Com isso, se o dever de casa for mantido, daremos um grande passo rumo à Série B.'
Se houvesse justiça no futebol, a partida de ontem terminaria com um placar elástico para o time paraense. O Águia carimbou cinco vezes a trave adversária - a última foi, ironicamente, no gol da vitória - e o melhor jogador em campo foi Vanderlei, goleiro do Xavante. Não fossem suas defesas, o sofrimento do Azulão teria sido bem menor. Alguns dos lances que terminaram com a bola explodindo na trave foram quase inacreditáveis. Em dois deles, os atacantes Felipe Mamão e Aleílson estavam cara a cara com o goleiro e os poucos mais de mil torcedores no Mangueirão já ensaiavam a comemoração.
Ao fim do primeiro tempo, o meia Ciro parecia ter a certeza que algo melhor viria. 'Na segunda etapa, vamos marcar os gols que deixamos de fazer no primeiro tempo', sentenciou. Ele estava certo, mas não precisava ser com tanto sofrimento. O empate saiu aos 38 minutos, em decorrência de uma penalidade - em tempo, duvidosa - de Régis sobre Peri. Soares, o melhor em campo pelo Águia, concluiu para o gol. A virada veio aos 43min. Depois de um bate-rebate na área do Brasil, que a essa altura contava com apenas nove homens em campo por causa de duas expulsões, a bola sobrou para Beto, em posição duvidosa, chutar cruzado e fechar o placar.
Após o gol, aconteceu um fato lamentável na partida. Em comemoração pela virada, parte do banco do Águia foi até a linha divisória do campo, aproximando-se mais do que o recomendável do banco do Brasil. Houve discussão e Carlos Alberto Bedin, o 'Gamarra', preparador físico, fazia sinais aos jogadores do Águia afirmando que haveria o jogo de volta. O preparador de goleiros Alex Oliveira deu ao quarto árbitro Domingos de Jesus Viana Filho uma sandália que teria sido arremessada pelos torcedores.
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