terça-feira, 1 de julho de 2008

Lula segue popular, mas medo da inflação cresce

Na FOLHA DE S.PAULO:

A população brasileira está mais preocupada com combate à inflação que o governo Lula vem fazendo e acredita que os preços vão subir ainda mais nos próximos seis meses, revela pesquisa Ibope encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). Segundo o levantamento, realizado entre os dias 20 e 23, o índice dos que aprovam as medidas do governo contra a inflação caiu de 51% para 41% entre março e junho, enquanto o dos que desaprovam subiu de 43% para 53%.
Divulgada ontem, após ter ouvido 2.002 pessoas de todos os Estados, a pesquisa mostra que, apesar do avanço da preocupação com a inflação, a popularidade do governo petista permanece inalterada e em um patamar recorde -58% dos entrevistados consideram o governo "ótimo/bom", assim como na pesquisa de março.
A pesquisa mediu a expectativa dos brasileiros para os próximos seis meses. Em relação à inflação, 65% acreditam que ela irá aumentar, contra 51% da pesquisa anterior. Houve uma reviravolta também na expectativa sobre trabalho -o índice dos que acham que o desemprego irá crescer aumentou dez pontos, de 42% para 52%.
As críticas também avançaram sobre a política de juros do governo, hoje em 12,75% ao ano. Aqueles que desaprovam o método do Banco Central passaram de 53% para 61%.
"[A pesquisa] sinaliza com clareza uma desconfiança de que o processo de inflação é mais substantivo do que no passado", disse Marco Antonio Guarita, diretor de relações institucionais da CNI. "A expectativa sobre o futuro da inflação já está impactando na avaliação da política de inflação [do governo]", completou.
A pesquisa Ibope/CNI também detectou variação negativa na avaliação do combate do governo à fome e à pobreza. Dentro da margem de erro, oscilaram de 62% para 59% os que aprovam essas ações.
Na área ambiental, com o tema à tona após a troca de Marina Silva por Carlos Minc no Ministério do Meio Ambiente e a divulgação do aumento do desmatamento, caiu de 60% para 53% o índice dos que aprovam as ações do governo em relação ao tema. O dos que desaprovam saltou de 34% para 40%.

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