quarta-feira, 30 de julho de 2008

Em defesa do MST, em defesa dos sem-terra

[...] Nestes 27 anos, o MST incomodou, atrapalhou, tornou-se uma pedra no sapato de uma sociedade tão escandalosamente excludente, como a brasileira. A verdade verdadeira, como proclamou ainda outro dia, num documentário exibido na televisão, o historiador Carlos Guilherme Mota, é que entramos no século XXI mantendo uma sociedade de castas e vivendo num "capitalismo senzaleiro", ou seja, no capitalismo das senzalas!”
É um dos trechos de artigo em que a socióloga Heloísa Fernandes, da Universidade de São Paulo, aborda “a criminalização dos movimentos sociais”.
Em outro trecho, ela destaca: “Numa sociedade como a nossa, oligárquica, hierárquica, violenta e autoritária, um movimento como o dos Trabalhadores Sem Terra incomoda. Afinal, somos uma sociedade onde as leis existem para preservar os privilégios dos ‘cidadãos da primeira classe’ e para reprimir, conter, sufocar, prender, matar a grande maioria dos brasileiros, que viajam na segunda classe. Aliás, sempre que necessário, as leis são modificadas para preservar os privilegiados e não por acaso, em nosso país, as lutas dos trabalhadores sempre foram tratadas como questão de polícia. Por isso mesmo, como diz Marilena Chauí, ‘o Poder Judiciário é claramente percebido como distante, secreto, representante dos privilégios das oligarquias e não dos direitos’” (2008, p.71).

Clique aqui para ler o artigo completo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Mas, será que existe alguma sociedade onde movimentos , que a muito deixaram de ser sociais para ser político-agitadores, possam invadir e saquear imóveis públicos e/ou privados sem ser "incomodados" pela lei e pela justiça?
Qual seria essa sociedade onde o direito dos tais "cidadãos de segunda(?) classe" se sobrepõem aos direitos dos demais?
Se existisse, não seria essa uma sociedade injusta e discriminatória também?

Enfim, será que existe, ao invés de "capitalismo senzaleiro", um "socialismo (ou comunismo) igualitário", na Coreia do Norte?
Na China? em Miamar?
Ah, quem sabe não é em Cuba?!

Anônimo disse...

Mas sempre tem membros das elites senzaleiras que querem porque querem criminalizar o MST por invadir "propriedades privadas" que, garantem, são legítimas e legalizadas, isso porque foram legitimamente tomadas na base da pistolagem e legalizadas na base da grilagem (o secular uso de grilos nas gavetas para envelhecer documentos). É um tipo de defesa que se vê com freqüencia nos comentários desse blog. Quando alguém contesta essa "legitimidade e legalidade" é acusado de esquerdismo ultrapassado, porque os comentaristas estão certos que a única coisa que não está e nunca estará ultrapassada é o privilégio da elite senzaleira.