terça-feira, 29 de julho de 2008

Doha está "por um fio", diz Amorim

Na FOLHA DE S.PAULO:

Após oito dias de intensa barganha, as negociações da Rodada Doha de abertura comercial estão "por um fio", admitiu ontem o chanceler brasileiro, Celso Amorim. Com a aproximação do abismo, a troca de acusações entre os países se tornou aberta. A lista de divergências ainda é considerável, mas o maior obstáculo no caminho de um acordo global de comércio é a insistência dos indianos em aumentar a proteção a seus agricultores.
Para desobstruir o processo, as discussões foram divididas em pequenos grupos, enquanto Brasil e Austrália tentavam apresentar soluções para o impasse. Passava de 2h em Genebra (21h em Brasília) quando Amorim deixou a sede da OMC, confirmando que as conversas estão à beira do colapso.
Num sinal adicional do estado sombrio das negociações, a OMC inverteu o cronograma das reuniões para hoje, marcando para a parte da tarde a assembléia dos 153 membros da entidade, que costuma acontecer de manhã. "Não há progresso a reportar", disse uma fonte próxima às discussões.
O porta-voz da OMC, Keith Rockwell, classificou a situação de "muito tensa". Ele contou que, depois de 12 horas de discussões em torno de várias propostas para dissipar a divergência, "nada garantia um desfecho bem-sucedido".

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