* “Partido vive seu melhor momento”, diz João Batista
* Charles Alcântara passará a integrar Executiva estadual
* “Café com Idéias” aproxima da cúpula as bases petistas
Dos 143 municípios do Pará, em 70 deles, inclusive Belém, o PT será cabeça de chapa nas eleições para prefeito em outubro deste ano. O presidente do Diretório Estadual do partido, João Batista da Silva, prefere não quantificar suas expectativas, mas está certo de que o partido, que atualmente governa 19 municípios paraenses, aumentará substancialmente essa marca. Como também está certo de que será considerado aumentado o número de vereadores, atualmente 140 em todo o Estado.
“O PT vive um de seus melhores momentos no Pará. Está sólido. Está fortalecido. Acho que tem condições de aumentar substancialmente o número de prefeitos no interior. Mas é preferível não adiantar números. Em eleição, isso não é aconselhável”, acautela-se João Batista.
Dos 19 prefeitos petistas detentores de mandato no Estado, pelo menos um, Valciney Ferreira Gomes, de Palestina do Pará, não vai concorrer ao cargo porque já foi reeleito. Nesse município, o PMDB é que vai encabeçar a chapa majoritária, em composição com o PT, que indicará o candidato a vice.
Confrontado com o exemplo de Belém, onde PMDB e PT vão correr separadamente nas eleições de outubro, representados respectivamente pelo ex-deputado José Priante e pelo ex-secretário de Educação Mário Cardoso, João Batista considera natural que, na Capital, os dois partidos lancem seus candidatos à sucessão do prefeito Duciomar Costa (PTB).
“Em Belém, consideramos mais do que legítimo e natural que PT e PMDB lancem candidaturas próprias. Não vejo isso como obstáculo para um entendimento posterior entre os partidos, num eventual segundo turno”, diz João Batista.
ANANINDEUA - Para mostrar que as alianças devem ser formalizadas conforme a realidade de cada município, o presidente estadual do PT ressalta o caso de Ananindeua, onde o PT já decidiu se aliar ao PMDB e apoiar a reeleição do prefeito pemedebista Helder Barbalho. Mas João Batista faz uma ressalva: “A condição para que firmemos a aliança em Ananindeua é a de que o candidato a vice na chapa seja do PT”, diz João Batista, que menciona os nomes da ex-deputada Sandra Batista, de Bira Diniz e Luís Freitas como três dos prováveis candidatos a vice na chapa em Ananindeua.
Pernambucano, há 26 anos radicado no Pará, com passagem primeiro por Santarém, João Batista conhece como ninguém os humores e as pretensões que predominam entre as várias tendências do partido, entre elas a “Construindo um Novo Brasil” (CNB), o guarda-chuva que abriga a “Unidade na Luta”, “PT pra Valer” e “Articulação Socialista”.
Com a autoridade de quem já atuou junto à cúpula do partido, na condição de coordenação nacional do PT, além de ter passado pela presidência da República e pela assessoria especial do governo Ana Júlia, João Batista considera superada a crise interna na Democracia Socialista (DS) – outra tendência petista, da qual a própria governadora é uma das integrantes -, que chegou ao auge com a saída de Charles Alcântara da Casa Civil e sua substituição por Cláudio Puty. “Não existe crise. As razões de governo são umas, as razões do partido são outras”, resume João Batista.
NA EXECUTIVA - Para mostrar na prática que as tensões se encontram, digamos, em fase de distensão, o presidente estadual do PT informou que ainda nesta semana formalizará, perante o Tribunal Regional Eleitoral (TER), a designação de Charles Alcântara para compor um cargo na Executiva Regional petista.
Até aqui, Alcântara figura apenas como membro do Diretório Estadual. Na Executiva – o grupo de pessoas que toca a dia-a-a-dia de um partido político -, Alcântara será o titular da Secretaria de Movimentos Populares e Setoriais. “Essa é uma função das mais relevantes, porque tem como atribuição coordenar as ações entre o PT e os movimentos sociais”, explica João Bastista.
À frente do comando estadual petista, João Batista vem procurado desfazer a idéia de que petista fala muito, mas ouve pouco. Nesse sentido, trouxe à mesa o “Café com Idéias”, encontros regulares que põem militantes, lideranças e parlamentares petistas em contato direto, tête-a-tête, com personagens que de alguma forma possam contribuir para uma visão mais abrangente do partido sobre questões de interesse coletivo.
A iniciativa, acredita a direção estadual do PT, pretende entre outras coisas inteirar mais as bases do partido e aproximá-las de escalões mais acima. Pelo “Café de Idéias” já passaram, entre outros, o secretário de Meio Ambiente, Walmir Ortega, e a secretária de Educação, Bia Gallo.
Um comentário:
isso é engraçado, esse prefeito citado de Palestina era tucano até outro dia, esses são os 70 prefeito do PT no Pará, como o de itupiranga Benjamim Tasca, que vai concorrer pelo PT e era até pouco tempo do PTB e muito ligado ao deputado federal Wandinho do PSDB, esse PT tá de brincadeira, não é?
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