Na coluna de Daniel Castro, na Folha de S.Paulo:
Os investimentos publicitários do governo federal na Record cresceram 150,3% de 2003, primeiro ano do governo Lula, a 2007. Propriedade do bispo Edir Macedo, ligado a bancada de parlamentares fiéis ao governo, a Record foi a emissora que registrou maior aumento na obtenção de propaganda de estatais e ministérios. Os dados são da Secom (Secretaria de Comunicação Social).
Em segundo lugar, aparece a Band, com aumento de 128,6%, bem à frente da Globo, que cresceu 58,7% sob Lula, Rede TV! (41%) e SBT (37,1%).
Sob o argumento de que se tratam de dados estratégicos, o governo não divulga quanto investiu em cada rede. Informa apenas que gastou R$ 965,032 milhões em publicidade em 2007, dos quais R$ 576,4 milhões (60%) foram para TV.
O governo nega critérios políticos na distribuição de verbas. Diz que se baseia apenas em aspectos técnicos, basicamente o perfil do público da emissora (a cobertura de todas as classes é valorizada), a variedade e qualidade de sua programação (telejornais e eventos esportivos são mais atraentes) e o custo relativo do espaço.
Segundo José Otaviano Pereira, secretário de comunicação integrada da Secom, os investimentos na Record acompanharam o crescimento de audiência da emissora. Descontando-se a inflação, as verbas na Record cresceram 81%, enquanto sua audiência nacional subiu 88%, diz ele.
Já o crescimento das verbas da Band (65% sem a inflação), TV que praticamente não oscilou no Ibope, se justifica porque a rede ofereceria o menor custo por telespectador. "A Band tem preços relativos bem melhores. Isso pesa na negociação de pacotes, como o patrocínio do Pan", diz Pereira.
De acordo com Pereira, as verbas da Globo, descontada a inflação, cresceram 14,6% de 2003 a 2007, enquanto a rede caiu 10% no Ibope nacional. Também por esse critério, os investimentos no SBT decresceram 0,9%, menos do que sua derrocada de audiência (-23%). Procuradas, Band e Record não comentaram o assunto.
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