terça-feira, 30 de junho de 2009

O que ele disse

“Chegamos à desmoralização da polícia, e quando se chega à desmoralização de uma polícia se entra no caos. A segurança pública do estado do Pará está no caos.”
Mário Couto, senador (PSDB-PA), em discurso no Senado.

11 comentários:

Bia disse...

Boa dia, caro Paulo:

o senador faz uma análise enviezada. A segurança pública é o caos. E não é somente porque "se desmoraliza" a polícia jogando dois assaltados no canal.

A segurança é o caos porque se joga diariamente a dignidade do cidadão nas valas da insegurança total, da corrupção, da ausência de direito elementar como sair e voltar para casa vivo! E na vala da arbitrariedade policial, muitas vezes, também. É com tudo isso que se desmoraliza uma polícia: a partir da desmoralização geral e irrestrita da cidadania.

Mas, suspeito que o brado do senador se aproxima mais da gratidão do que da indignação.

Porque qundo a proximidade decenal com a polícia se dá na troca de favores e não na defes de direitos - diz o povo que o senador foi um grande baluarte da contravenção, com a simpatia e conivênia das polícias - não há contribuiçaõ positiva para que polícia e cidadania evoluam.
Se a voz do povo não falha, isso explica bastante bem o desvio do olhar do senador sobre o caos.

E "pour cause" - o desvio de ótica - é que a sua pretensão à candidatura a candidato a governador do estado abre sob os meus pés uma enorme vala de desesperança no futuro do Pará.

Abração, Poster.

Anônimo disse...

Seja nosso Governador para acabar com isso, para corrigir nossa saúde, para levantar nosso Estado. Confiamos no Senhor e no Dr. Almir.

Anônimo disse...

O Pará pede socorro. SOCORROOO!

Anônimo disse...

Pelo menos alguém nos defende

Anônimo disse...

Nesse não dá pra confiar.
Ao contrário, o bom senso manda desconfiar. É o passado dele que indica que Mario Couto só compromete-se com seus interesses pessoais.... tal qual uma penca de políticos.

Anônimo disse...

assim como jatene com as famílias cunha, leão, bezerra, afonso e jatene claro!

Anônimo disse...

Bia, leio sempre tseus comentários, todos de grande clareza.Tenho a mesma sensação quando escuto o Mario Couto e uns outros.

Poster disse...

Aos Anônimos - muitos - que tiveram suas postagens recusadas: ofensas e acusações de Anônimos contra pessoas identificadas não podem ser aceitas.
Para quem não sabe, o senador Mário Couto existe.
Para quem não sabe, a leitora Bia também existe. Não é um pseudônimo. Ela existe mesmo.
Quem quiser fazer acusações ou então responder às críticas com ofensas, então que o faça por e-mail, deixando nome e telefone (que será, claro, preservado pelo blog).
Do contrário, o espaço continuará aberto para críticas e contestações, desde que feitas, é claro, em termos civilizados.
Abs.

Bia disse...

Boa noite, caro Paulo:

você é mesmo um gentleman. E, para evitar que fiquem lhe aporrinhando, testemunho que a Bia existe. A real é minha neta, menina maravilhosa que ganhei de presente no dia do meu aniversário há 8 anos.

A "irreal" que lhe toma o nome emprestado há quase 5 anos quando abri um blog, sou eu, que em algumas circunstâncias gosto muito de me identificar: Adelina Braglia, 60 anos bem vividos completados domingo passado.

Desses 60, 30 vividos no Pará. Uma parte em Marabá onde fui diretora do Campus Avançado da USP (à época era da USP), assessora sindical de trabalhadores rurais, de trabalhadores da construção civil e dos então chamados arrumadores de carga, além defundadora da Associação da Mulher de Marabá, uma das únicas entidades do tipo surgidas no início da década de 80 que sobrevive firme e forte até hoje, vereadora e vice-prefeita.

Passei três anos em Belém (1989 a 1991) como membro da coordenação da PED-Pesquisa de Emprego e Desemprego, representando o DIEESE, onde já havia trabalhado por quase uma década antes de vir para o Pará e onde conhecera – e fiquei amiga - o mais respeitável economista deste Brasil: Walter Barelli.

Achando que se encerrava ali minha fase "amazônica" retornei a São Paulo, ainda pelo DIEESE e acabei fazendo um concurso na Fundação SEADE à qual sou vinculada até hoje - embora atualmente de licença sem vencimentos - como analista de projetos senior.

Retornei a Belém em 1996, e trabalhei no Governo até 2006.Contribui para a criação do Programa RAÍZES - único programa estadual que privilegiou quilombolas e indígenas como uma política pública de governo, com orçamento próprio, respeitado integralmente pelos governadores Almir Gabriel e Simão Jatene - que dirigi até dezembro de 2006 quando pedi demissão por motivo óbvio: cargo de confiança tem que ser mesmo "de confiança" em respeito ao cargo e a quem nos paga, o cidadão. E a confiança tem que ser recíproca. E eu não tinha nenhuma no governo que viria.

Trabalho hoje como secretária de gabinete do Deputado Arnaldo Jordy a quem conheço há 30 anos e respeito profundamente. Aliás, tenho o privilégio de sempre ter trabalhado somente com quem respeito.

Pronto. Posto o breve currículo, para corroborar sua declaração da minha real existência...rsrsrs...topo discutir, com o seu consentimento, com anônimos e nem tanto. Fique bem, caro Poster. Eu estou ótima. Para mim as palavras sempre serviram para expor idéias e não ranços ou mesquinharias.

Um abração.

Hanny Amoras disse...

Caro Bemerguy!

Daí a razão de todas as pessoas que acessam teu blog respeitarem o teu trabalho - pelo menos, as que conheço -, porque feito com seriedade e respeito. Muitos confundem críticas com ofensas, ironia com achincalhe, e por aí vão misturando alhos com bugalhos. Felizmente, há profissionais como tu que separam o joio do trigo.
Creia, não é puxação de saco porque sabes que não sou disso; apenas a constatação de um fato.
Quanto às críticas da Bia, cujos comentários sempre leio e respeito, eu gostaria que ela explicitasse melhor o que quis dizer que o brado do senador Mário Couto "se aproxima mais da gratidão do que da indignação".
Ficam ainda duas perguntas até para reflexão: a Policia paraense está ou não desmoralizada? A segurança pública está ou não um caos?
O senador Mário Couto usa a tribuna do Senado pelo menos duas vezes por semana, e desde que ele chegou ao Senado tem alertado insistentemente para o crescimento da violência no Pará e para a falta de investimentos em segurança pública, sempre solicitando ações do governo Ana Júlia Carepa. Os pronunciamentos dele podem ser acessados no site do Senado, para quem tem alguma dúvida.
Naturalmente, tem aqueles que criticam o jeito do Mário Couto, a maneira de ele se expressar. Mas é o jeito dele. Mário Couto é assim mesmo, popular. É um "caboco". Não vai mudar. Ponto. E se foi eleito é porque há muitos que gostam dele exatamente por causa dessa maneira de ser.
É claro que o caos no qual chegou a segurança pública no Pará está ligado a uma série de fatores, como a própria Bia observa. É claro, também, que o senador não quis dizer que esse caos chegou "somente" porque a polícia está desmoralizada. Isso também é uma análise enviezada que parte de alguém tão "antenada" e participativa, como a Bia.
O debate é bom. Vamos a ele.

Saudações!

Bia disse...

Eita debate bom! Nada como um espaço aberto pra gente poder conversar sem medo de ser feliz...rsrsrs..

Hanny, minha frase "se aproxima mais da gratidão do que da indignação" tem a ver com a proximidade da polícia com a contravenção. E quando alguém se beneficia disto, fatalmente, conscientemente ou não, está contribuindo para que as relações aparato de segurança/sociedade se esgarcem. Esse é meu ponto de vista e o senador não é, obviamente, o criador deste esquema, mas por ser beneficiado por ele, jamais o combateu com a intensidade necessária.

Para mim a discussão não é a desmoralização da polícia mas a barbárie para a qual todos contribuímos, por omissão, pelo menos e que leva a que 70% dos presos no pará sejam jovens entre 18 e 29 anos. Há maior "desmoralização" do que esta?

Não tenho nenhuma dúvida da existência de policiais decentes, que têm na segurança da sociedade seu objetivo e missão. Mas, a instituição não corresponde ainda a esse isolado desejo de alguns. E, se não o faz, é porque sua limitação ultrapassa a mera questão de estar ou não desmoralizada. A questão é muito mais ampla e envolve as áraes de justiça, cidadania e direitos humanos. Por isso acho, no mínimo, ingênua a visão do senador.

Nada tenho contra a forma do senador Mario Couto se expressar. Não tenho este preconceito. Mas preocupa-me sobremaneira sua trajetória política, como representante, há mais de vinte, anos da região do Marajó onde todos os municípios estão entre os 50 com mais baixo IDH do Pará.

É culpa do senador? Não, não é. Mas, sua visão política restrita certamente não fez com que isso melhorasse.

E esse é minha divergência fundamental à sua pretensão como candidato. Mas, Hanny, não sou o farol do mundo e expresso apenas e tão somente minha opnião.

Um abraço.

Abraço também procê, Paulo.