segunda-feira, 14 de março de 2016

João foi, Pedro foi, Maria foi, Emerson foi, todo mundo foi. E agora?


Olhem só.
No início da madrugada de domingo, o Espaço Aberto postou, em sua página no Facebook, o banner acima com o seguinte comentário:

O Vem Pra Rua Brasil está postando este banner, para convocar brasileiros e brasileiras (hehe) para a manifestação deste domingo.
Os argumentos fazem sentido.
Mas entre fazerem sentido e mobilizar essa galera a tirar as mãos do teclado e ir para as ruas medeia uma grande distância.
Uma distância enorme mesmo.
Outras manifestações recentes já demonstraram isto: multidões nos teclados e pouca gente nas ruas.
Acontecerá o mesmo neste domingo?

Pois é.
Não, realmente não aconteceu neste domingo.
Multidões largaram o teclado e foram mesmo às ruas.
Levantamentos da Polícia Militar indicam que mais de 3,5 milhões de pessoas protestaram em centenas de cidades do País.
Os organizadores, em balanço divulgado no final da noite de ontem, falam em 6,8 milhões. O maior número de participantes havia sido registrado no protesto de 15 de março do ano passado: 2,4 milhões, segundo a PM, e 3 milhões pelos dados dos organizadores. Os protestos deste domingo ocorreram em mais cidades, em comparação com março de 2015.
Na capital paulista, a Polícia Militar estima que cerca de 1,4 milhão de pessoas estiveram no ato.
Só em São Paulo, o movimento Vem Pra Rua, um dos organizadores, contabilizou 2,5 milhões de pessoas na Avenida Paulista. No Rio de Janeiro, os organizadores falaram em 1 milhão na praia de Copacabana. A PM não divulgou números.
Qual o significado político disso tudo?
A começar pelo PMDB, tudo indica que o partido estava esperando essa manifestação de ontem para decidir sobre o desembarque, que poderá - poderá, repita-se - ocorrer em até 30 dias.
Outra consequência evidente: a alternativa revitalizou-se, digamos assim.
Mais outra: o PT precisa deixar de sair às ruas apenas para defender o ex-presidente Lula, e mais, muito mais, o governo Dilma.
A quarta consequência: em termos de mobilização popular, a alternativa com a qual o governo conta são os sindicatos - muitos deles, ou quase todos eles, pelegos - e alguns movimentos sociais que ainda protagonizam eventos radicais de grande repercussão, mas que têm pouca representatividade popular.
A quinta consequência: na frente econômica, o governo precisará fundamentalmente do seu PT para concretizar medidas cruciais, entre elas a reforma da Previdência e a criação da CPMF, as duas essenciais para o reequilíbrio fiscal. Mas o PT está cindido também em relação a essas duas questões.
No mais, meus caros, é aguardar - e acompanhar - o andar da carruagem.

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