sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Dilma fala em combate à corrupção. O Congresso emudece.



É isso, meus caros.
Falar no Congresso em combate à corrupção é mais ou menos a mesma coisa do que falar de corda em casa de enforcado.
É mais ou menos assim.
Reparem no vídeo acima.
Ele contém a íntegra do discurso da presidente Dilma Rousseff, ontem, no augusto Congresso Nacional, logo depois de ser empossada para o segundo mandato.
Como sói aconteceu em ocasiões do gênero, a cada palavra, palmas, palminhas e palmões.
Eis que Sua Excelência diz o seguinte (que está no vídeo no intervalo de 32 minutos e 30 segundos a 35 minutos e 51 segundos, portanto mais de três minutos):

Amigos e amigas, tudo que estamos dizendo, tudo que estamos propondo converge para um grande objetivo: ampliar e fortalecer a democracia, democratizando verdadeiramente o poder. Democratizar o poder significa lutar pela reforma política, ouvir com atenção a sociedade e os movimentos sociais e buscar a opinião do povo para reforçar a legitimidade das ações do Executivo. Democratizar o poder significa combater energicamente a corrupção. A corrupção rouba o poder legítimo do povo. A corrupção ofende e humilha os trabalhadores, os empresários e os brasileiros honestos e de bem. A corrupção deve ser extirpada.
O Brasil sabe que jamais compactuei com qualquer ilícito ou malfeito. Meu governo foi o que mais apoiou o combate à corrupção, por meio da criação de leis mais severas, pela ação incisiva e livre de amarras dos órgãos de controle interno, pela absoluta autonomia da Polícia Federal como instituição de Estado, e pela independência sempre respeitada diante do Ministério Público. Os governos e a Justiça estarão cumprindo os papéis que se espera deles: se punirem exemplarmente os corruptos e os corruptores.
A luta que vimos empreendendo contra a corrupção e, principalmente, contra a impunidade, ganhará ainda mais força com o pacote de  medidas que me comprometi durante a campanha, e me comprometo a submeter à apreciação do Congresso Nacional ainda neste primeiro semestre.
São cinco medidas: transformar em crime e punir com rigor os agentes públicos que enriquecem sem justificativa ou não demonstrem a origem dos seus ganhos; modificar a legislação eleitoral para transformar em crime a prática de caixa 2; criar uma nova espécie de ação judicial que permita o confisco dos bens adquiridos de forma ilícita ou sem comprovação; alterar a legislação para agilizar o julgamento de processos envolvendo o desvio de recursos públicos; e criar uma nova estrutura, a partir de negociação com o Poder Judiciário que dê maior agilidade e eficiência às investigações e processos movidos contra aqueles que têm foro privilegiado.
Em sua essência, essas medidas têm o objetivo de garantir processos e julgamentos mais rápidos e punições mais duras, mas jamais poderão agredir o amplo direito de defesa e o contraditório; jamais poderão significar a condenação prévia sem defesa de inocentes.
Estou propondo um grande pacto nacional contra a corrupção, que envolve todas as esferas de governo e todos os núcleos de poder, tanto no ambiente público como no ambiente privado.

Viram só?
Palavras das mais eloquentes.
Das mais vibrantes.
Mereciam palmas - muitas.
É a presidente, afinal de contas, prometendo quebrar e arrebentar (dentro da legalidade, of corse) contra a corrupção.
Em apenas um momento, ouvimos palminhas.
Fracas, débeis, quase imperceptíveis, quase inaudíveis.
Hehehe.
Falar no Congresso em combater a corrupção é mais ou menos a mesma coisa do que falar de corda em casa de enforcado.
Fora de brincadeira.
De toda a brincadeira.

3 comentários:

Anônimo disse...

E vindo da boca de quem veio, imagina.

Ismael Moraes disse...

As palmas não vieram porque algum dos dois lados é corrupto; ou os dois. Mas eu não acredito nisso!

Anônimo disse...

Fez o esperado de um governo que não pode falar de herança-maldita; que não pode falar (de novo) de "eu não sabia"; de um governo que raspou o cofre literalmente para se eleger numa vitória de Pirro $angrenta.
Agora, está fazendo o que disse que a oposição iria fazer(e que qualquer um iria ter de fazer):tentar arrumar o bordéu.
O resto é a pitotecnia de sempre.