terça-feira, 6 de março de 2012

TAC seria uma das saídas para a questão do transporte

Do jornalista Edir Gaya, sobre a postagem A mentira de Duciomar vai acabar virando verdade:

O Ministério Público, se quisesse, poderia entrar em campo para exercer sua prerrogativa de fiscal da lei, uma vez que transporte público e trânsito na Região Metropolitana de Belém são questões vitais embricadas de tal forma, que já afetam a produtividade das empresas, aumentam o estresse de todos e contribuem para piorar as condições de vida na RMB, dada a quantidade de CO2 atirada na atmosfera pela falta de transporte público racional e de qualidade.
Veja que a questão está em pauta por aqui desde a década de 90, quando os japoneses da Jica nos ajudaram na elaboração do Plano Diretor de Transportes Urbanos (PDTU), trazido à tona novamente pelo governo passado e mantido pelo atual, com financiamento já negociado e prestes a ser liberado pelo banco Mitsubischi para o Ação Metrópole.
Portanto, seria o caso de o MP convocar os prefeitos dos seis municípios da RMB, mais o governo do Estado, e firmar um prosaico TAC em torno do PDTU, cuja principal cláusula seria justamente o  compromisso de se formar um consórcio público intermunicipal, de acordo com a Lei 11.107, de 2005, para gerir o sistema intermunicipal de transporte público e acompanhar as obras necessárias, inclusive com a supervisão do próprio Parquet.
Sinceramente, não vejo condições políticas para que esse imbróglio se resolva sem uma intervenção Deus ex-machina que amarre todas as pontas do novelo, à moda grega, sob pena de chegarmos aos 400 anos de Belém em 2016 completamente estrangulados em uma capital onde sobram carros e falta cidade - e cidadania - para agasalhar-nos a todos. Um abraço, Gaya.

Do jornalista Francisco Sidou, em acréscito ao comentário:

Gaya, concordo em genero e número com seu escorreito comentário. Só no grau tenho algo a acrescentar. Fui testemunha ocular da novela no seu primeiro capítulo, lá pelos idos de 1986, em reunião com técnicos da Jica, pautada pelo nosso saudoso Euclides "Chembra" Bandeira, em "A Província do Pará", que me despachou para ouvir o detalhamento do primeiro projeto. Quanto tempo, não?
Ouvi de um dos então jovens técnicos japoneses (hoje grisalhos como nosotros) que se nada fosse feito para modernizar o sistema viário de Belém, "lá por volta de 2010 a cidade poderá ficar engessada". Como quase nada foi feito, em razão da cultura do atraso e de brigas paroquiais, vamos aguardar que o Ministério Público efetivamente exerça o seu papel constitucional e entre nesse imbloglio em favor da população de Belém.
Concordo que o problema já atinge as raias do insuportável inclusive para a saúde e qualidade de vida dos habitantes dessa bela e tão mal tratada cidade que tanto amamos. Quanto ao huno, Paulo, ele passará. Nós passarinho...

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