De um Anônimo, sobre a postagem O que faz o Conselho Deliberativo do Remo?:
Há mais de 20 anos, tive uma incursão nos corredores da gestão no Clube do Remo, estimulado por amigos que se propunham a mudar os rumos do modelo de gestão do Clube, inspirados nos exemplos de gestão profissional que já era praticada em clubes no Sul e Sudeste do País, a exemplo do Fluminense, no Rio de Janeiro, do Cruzeiro, em Minas e do São Paulo, na Paulicéia.
Lembro que um ex-conselheiro do "Pó de Arroz" carioca cumpria missão como profissional da medicina na nossa Belém e se alinhava ao grupo de colaboradores que no mandato de presidente, então exercido pelo Délio Guilhon, sonhávamos todos transformar o glorioso Clube do Remo em modelar clube-empresa.
Tudo, porém, acabou em menos de seis meses, tão logo constatamos a impossibilidade de implantar as primeiras alterações previstas em um plano de reforma estrutural do Clube. Afinal, contrariar interesses dos “donatários” dos compartimentos internos da organização exigia, lamentavelmente, a predisposição para enfrentar riscos inimagináveis a todos quantos ousassem desbancá-los dos seus feudos.
De lá para cá, nada mudou. Nem no Remo nem em qualquer outra associação do gênero que não tenha se moldado à imperiosa necessidade de fazer da gestão profissional, a única forma de sobreviver às exigências dos tempos modernos. E dentro desse espírito, preciso seria ter a visão clara de que o Conselho Deliberativo de uma organização profissional não pode ser constituído de dezenas, talvez centena de provectos senhores (nem sei quantos são agora) que, por serem cidadãos bem-sucedidos nos seus afazeres cotidianos, se julgam acima do bem e do mal.
Não quero ser apocalíptico, mas não há meio termo; ou as agremiações associativas do tipo dos clubes que praticam atividades profissionais (principalmente o futebol) assumem a administração profissional como fonte de sobrevivência ou sucumbirão, inexoravelmente. Uma simples questão de lógica.
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