No AMAZÔNIA:
Vidros e aparelhos quebrados, marcas de tiros e vários objetos roubados. Assim ficou a Unidade Municipal de Saúde de Ananindeua depois que 20 homens invadiram o local na madrugada de ontem. Eles acompanhavam um rapaz que tinha sido baleado em uma festa. E, como a vítima não resistiu ao ferimento, os homens se revoltaram e invadiram a Unidade de Saúde quebrando o que viram pela frente. Armados, eles perseguiram os funcionários do hospital, que tiveram que se esconder em armários e salas de raios-x do local.
O clima de pânico durou cerca de 10 minutos e até a a manhã de ontem alguns dos 4 funcionários que estavam no momento do incidente não conseguiam falar sobre o assunto.
Início - Os homens chegaram no hospital por volta de meia-noite com um homem gravemente baleado. Quando o médico plantonista da Unidade de Saúde tentou abrir o portão para recebê-los, eles imediatamente arrombaram o cadeado e invadiram o local. O homem ferido morreu em seguida sem ao menos ser atendido pelo profissional.
Indignados com a morte do amigo, os 20 homens pegaram várias pedras, uma delas com mais de 30 centímetros, e quebraram vários vidros da Unidade Municipal de Ananindeua. Eles também dispararam tiros no teto e na direção das duas técnicas em enfermagem, recepcionista e o médico, que estavam de plantão no local. Com medo, os funcionários tiveram que se esconder em armários e o médico se trancou na sala de raios-x até que decidissem ir embora.
Vandalismo - Durante a ação, os acusados levaram um aparelho de ar-condicionado, televisão, bebedouro e até mesmo os lençóis dos colchões do hospital. Eles também quebraram cadeiras e ventiladores. A sala de reanimação ficou imprestável, já que o desfibrilador foi destruído pelos homens, assim como a sala de sutura. Ontem de manhã, os restos da noite de pânico estavam espalhados pelo chão. Cacos de vidro, pedras e muitos objetos completamente deteriorados.
De acordo com testemunhas, que não quiseram se identificar por medo de retaliação, os homens são conhecidos na áreas por serem integrantes de uma gangue da região. A diretora da Secretaria de Saúde, Dora Cunha, que é responsável pelo pólo de Ananindeua, informou que a violência é constante e, por causa disso, muitos profissionais se recusam a trabalhar na área. 'Os médicos não querem mais vir para cá. 'Para a gente trazer um profissional para a unidade é uma dificuldade muito grande. Nós estamos em uma zona vermelha, tudo é muito perigoso. Vivemos a mercê dos bandidos da região. O que não dá é para prejudicar toda uma comunidade por causa dos bandidos', ressaltou a diretora.
Dora Cunha explicou ainda que os atendimentos de casos mais graves serão suspensos na Unidade Municipal de Saúde de Ananindeua devido aos estragos causados pela ação dos bandidos. Somente curativos de ferimentos leves e nebulização serão realizados na hospital. Quem precisar de atendimento, deve procurar o posto de saúde mais próximo de sua residência.
Um comentário:
Se a moda pega, como ficariam o Pronto Socorro da 14 e o do Guamá?
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