quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A política é mesmo a arte do impossível

Se vocês ainda acreditam que o impossível realmente nunca acontece, então convém fixar o olhar na política e nos políticos.
A política e os políticos sempre estão a protagonizar feitos que, pela ordem natural das coisas, seriam implausíveis, inimagináveis, impossíveis.
Mas acontecem.
Há pouco, na noite desta terça-feira, o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou embargos de declaração impetrados pelo governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB) – na foto - e manteve a cassação de seu mandato. Ele e seu vice, Paulo Sidnei Antunes (PPS), deverão deixar o cargo imediatamente.
Miranda é acusado de promessa de vantagens a eleitores, preenchimento de cargos públicos de forma irregular, distribuição de bens custeados pelo serviço público, uso indevido de meios de comunicação e doações de 14 mil cheques-moradia. Ele e seu vice, é claro, sempre negaram as supostas irregularidades.
E aí?
E aí que Miranda, mesmo assistindo-lhe o direito de recorrer da decisão ao Supremo Tribunal Federal (STF), não vai recorrer.
Uma atitude dessas seria, em condições normais, impossível.
Pela ordem natural das coisas, não se admitiria que um político no poder – e no poder de governador – fosse submeter-se assim tão serenamente a uma decisão de tribunal superior.
Mas Miranda prova que, em política e entre os políticos, o impossível pode acontecer.
Ele o diz.
“Vou cuidar um pouco da família, tenho duas crianças. Agora estou pronto para exercer o mandato de marido”, afirmou o governador.
Alguém ainda duvida que a política é arte do impossível e que os políticos são seus protagonistas?

Um comentário:

Anônimo disse...

Mamata no Senado, de novo.
Vai um simples mortal pleitear um curso dessa natureza e provavelmente ganhará uma banana de consolo. E que banana!

Saiu na folhaonline.


O Senado gastou pelo menos R$ 70 mil para a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) e um assessor participarem de um curso voltado para a capacitação de executivos realizado em três etapas, no México, na Argentina e na Espanha, entre abril de 2007 e janeiro de 2008, informa reportagem de Adriano Ceolin e Andreza Matais, publicada nesta quarta-feira pela Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).

O evento foi promovido pela empresa Newfield Consulting, cujo fundador no Brasil é Luiz Sérgio Gomes da Silva, ex-funcionário do Palácio do Planalto e ex-assessor da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e filiado ao PT.

Gomes da Silva afirmou que o curso é mais voltado para executivos de empresas privadas, com técnicas e estratégias para capacitá-los a liderar equipes. "O principal cliente nosso é o gerente da grande empresa privada, em nível nacional e internacional. São os grandes executivos", disse.

Para os dois participarem do curso, o Senado desembolsou R$ 35.530 com as inscrições. Com diárias, a senadora gastou R$ 11.837,40 nas cidades onde o curso ocorreu: Cidade do México, Buenos Aires e Sevilha.

Paulo André Argenta, assessor de Ideli, disse que ele e a senadora também tiveram as passagens aéreas pagas pelo Senado. A Folha fez uma estimativa e os dois teriam gasto, em valores atualizados, ao menos R$ 7.500 para comprar os bilhetes.