sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Perueiros fecham ruas

No AMAZÔNIA:

Perueiros fecharam ontem duas importantes vias do Centro Comercial de Belém - a avenida 16 de Novembro e a rua Padre Champagnat - em protesto contra as fiscalizações da Companhia Municipal de Transporte de Belém (Ctbel). Durante a manifestação, que durou mais de três horas, os perueiros atearam fogo em pneus e tumultuaram o trânsito. Mesmo assim, nenhum representante da prefeitura compareceu ao local para negociar. Novos protestos estão previstos para hoje.
O protesto começou por volta de 9 horas da manhã em uma carreata pelo bairro do Jurunas em direção à sede da Ctbel. Sem ser recebidos pela direção da companhia, os donos de kombis, que nos últimos dias têm sido alvo constante de apreensão de veículos, seguiram para o centro da cidade.
'É um absurdo o que estão fazendo com a gente. Existe um acordo entre a Ctbel e a empresa Chamon (que opera com microônibus e vans no transporte alternativo) para não apreenderem os carros deles. Ora, o transporte alternativo não é legalizado. Então se não vale para as kombis, também não deveria valer para as vans e micro-ônibus', reclamou o perueiro Amiraldo Pinheiro.
Ele acusa inclusive a Ctbel de irregularidades durante as recentes operações. 'Esta ação é só para atingir Kombi. Quando tinha van junto, nem eles se entendiam, discutiam entre si, e quando apreendia também, liberavam mais lá na frente. E isso a gente não concorda', afirmou.
O perueiro Giovandro Rodrigues, que opera dentro de Belém há cerca de um ano, diz que estas apreensões são irregulares. 'Nós somos pais de família, queremos trabalhar. Quando apreenderam meu carro, o chefe da Ctbel me tratou como se eu fosse um ladrão, gritou, me empurrou. Me senti muito prejudicado', disse.
Durante o protesto, os veículos que tentaram furar o bloqueio foram parados à força pelos manifestantes que bateram nos vidros. Os passageiros de vans e micro-ônibus que tentaram passar pelo local também foram forçados a descer dos veículos, o que gerou um princípio de tumulto no início da tarde.
'Vocês estão tentando trabalhar, nós também. Estamos todos juntos nessa, mas não vou admitir que tentem quebrar meu carro', disse um motorista de micro-ônibus.
Sem a presença de policiais ou da prefeitura para negociar com os manifestantes, os mais prejudicados foram os cidadãos que ficaram impedidos de transitar pelo local. Com a 16 de Novembro fechada, todas as ruas adjacentes ficaram engarrafadas. 'É um absurdo fechar uma rua como a 16 de Novembro bem no horário de pico. Entendo a reivindicação deles, mas acho que deveria ter um pouco mais de compreensão com os outros. E o pior disso tudo é ver que nesta cidade, o Poder Público finge não ver o que acontece', reclamou o administrador Carlos Silva.
A liderança do movimento decidiu liberar o tráfego de veículos por volta das 13 horas, mas prometeu voltar a fechar vias públicas caso as blitze da Ctbel continuem.

Um comentário:

Anônimo disse...

Conforme previsto, a praga chegou ao centro da capital paraense!
Vans e moto-taxis já circulam livres, leves e soltos por todos os locais.
E até, como agora, já fazem "protestos e barricadas", como se estivesse cobertos de razão e dentro da lei.
E tudo chegou a esse ponto de anarquia pela inércia da PMB e demais orgãos fiscalizadores.
Em verdade, estamos numa terra sem lei e sem governo, na capital e interior.
A única lei é a do mais forte e mais violento.