quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Operários torcem por acordo

No AMAZÔNIA:

O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário de Belém e Ananindeua (Sticmba) realizará uma assembleia geral amanhã para decidir os rumos da mobilização pelo reajuste salarial da categoria. A Justiça do Trabalho recebeu um pedido dos trabalhadores para que intermedeie a negociação, mas ainda não se pronunciou. Já os empresários mantêm a proposta de reajuste em 5% para todos os pisos salariais.
A assembleia dos trabalhadores será realizada na sede do sindicato, a partir das 18h. Segundo o coordenador geral do Sticmba, Ailson Cunha, haverá deliberação sobre o que fazer diante do quadro atual, com negociações suspensas e proibição judicial dos piquetes. Se até amanhã não houver acordo com os patrões, a perspectiva é de mais paralisações nos canteiros de obras. O sindicato de Belém, que junto com o de Ananindeua reúne mais de 20 mil pessoas, já protocolou na Justiça trabalhista um pedido para que um juiz intermedeie uma negociação.
O assessor jurídico do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA), Eduardo Brito, afirma que o sindicato patronal mantém a proposta inicial enquanto aguarda uma decisão judicial sobre o pedido de abusividade da greve. Embora não considere a revisão de algum ponto impossível, Brito afirma que o setor 'já alcançou o limite máximo de proposta'.
O coordenador do sindicato dos trabalhadores de Belém, por sua vez, diz não acreditar na inviabilidade das negociações, mas não descarta nova mobilização para pressionar o patronato. Os operários da construção civil que desenvolvem suas atividades na Grande Belém pedem um reajuste salarial de 12%. A categoria sugere um aumento de R$ 100 nos ganhos do cargo de servente, que passaria de R$ 480 para R$ 580. Os pedreiros também teriam um reajuste no mesmo valor, ou seja, passariam a ganhar R$ 780,00.
Segundo a categoria, a proposta feita pelos patrões reajustaria o salário em R$ 24,00. Além das solicitações de reajuste na remuneração, os trabalhadores reivindicam a inserção de plano de saúde para todos os cargos e mais segurança nos canteiros de obras. A proposta do empresariado é de pagar R$ 504,00 para serventes e R$ 714,00 para profissionais. Seriam 5% de reajuste para todos os pisos, sendo que para serventes e profissionais como pedreiros, eletricistas e ferreiros seriam pagos mais 2% a partir de janeiro de 2010.
Retorno - Operários da construção civil que atuam na Região Metropolitana de Belém voltaram ao trabalho ontem, após deflagrarem uma greve na noite de terça-feira da semana passada. A decisão de voltar aos mais de 300 canteiros de obras que ficaram vazios durante a paralisação foi tomada na última sexta-feira pelos dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil do Município de Belém (Sticmba). Segundo afirma Ailson Cunha, coordenador geral do Sticmba, a suspensão da greve é determinante para que se abra uma nova rodada de negociações. 'Voltamos ao trabalho até a próxima quinta-feira (amanhã, 10). Caso os patrões não nos chamem para conversar, decidiremos os rumos da paralisação, o que deve culminar em nova greve a partir do dia 16', prevê.
Cunha acredita no bom senso da classe patronal para tentar fechar um acordo com a categoria - e pôr fim ao impasse. 'Agora, tudo vai depender dos patrões para se encontrar uma solução e finalmente fecharmos a negociação', disse. O 'passo para trás' dado pela categoria foi justificado por Ailson como sendo a única forma de voltar a negociar com a classe patronal. 'Ficamos sabendo que o departamento jurídico do Sinduscon (Sindicato das Indústrias da Construção Civil - Pará) só tentaria um acordo caso voltássemos ao trabalho. Desta forma tivemos que recuar', explica.

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