quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O Estado não pode decidir sobre o que lemos e pensamos

Anônimo deixou um novo comentário sobre a arrogância de jornais e jornalistas:

Aproveito o espaço aberto - com o perdão do trocadilho! - que é o seu blog para fazer o seguinte comentário: pode até ser que os jornalistas, colocados permanentemente sob a luz dos holofotes, sejam arrogantes.
Pode até ser, mas acho que toda generalização é injusta e temerária, regra que se aplica ao comentário do ombudsman da “Folha de S.Paulo”.
O caso que quero comentar é outro: cresce a idéia de que a Imprensa (agora chamada de mídia), por muito criticar o governo federal e apontar-lhe os atos de corrupção, deve ser alvo de controle social ou alvo de "democratização".
Ora, isto é um absurdo, é um passo seguro para a implantação gradual de uma ditadura.
Não lutamos mais de 20 anos contra a censura instaurada pelos militares para agora, em pleno período de institucionalização democrática, ressuscitá-la sob as vestes enganosas de "controlá-la socialmente".
Não devemos deixar que o Estado venha a decidir o que devemos ler ou pensar.
Isto seria um retrocesso tremendo. E o que digo não é, infelizmente, um risco remoto - provam-no o que ora ocorre na Venezuela e Argentina, países em que a imprensa está sendo amordaçada por leis que visam exercer o tal "controle social" ou "democratização", eufemismos para a instauração pura e simples da censura.
Não devemos permitir que isto ocorra entre nós; devemos, antes, denunciar estrepitosamente esse complô contra a liberdade de imprensa, contra a liberdade de expressão, contra a liberdade de opinião.
Não devemos esquecer que os males da democracia se resolvem com mais democracia, nunca com instrumentos legais que inibam tais liberdades.
Portanto, fiquemos de olhos bem abertos e denunciemos tais tentativas de restaurar a censura.

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Do Espaço Aberto:

Anônimo, seu comentário é perfeito.
A arrogância de jornais e jornalistas é uma coisa; outra coisa é a tentativa – ou a tentação, sempre permanente – do exercício do controle estatal sobre os meios de comunicação, ou da mídia, se quiserem.
Se fecharmos os olhos, como você diz, acabaremos por fazer blogs, por exemplo, para publicarmos nossas poesias.
Sem qualquer demérito para a poesia, é claro.

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